27.6.12
Precários Inflexíveis passam a associação para “alargar intervenção” a todo o país
Por Hugo Torres, in Público on-line
Após cinco anos como movimento informal de cidadãos, os Precários Inflexíveis vão transformar-se numa associação, a “primeira associação nacional de combate à precariedade”. Os activistas procuram assim alargar o número de colaboradores, o que lhes dará uma “maior capacidade de intervenção”, “mais ambiciosa”, com capacidade para agir a nível nacional.
A fundação da associação será formalizada a 7 de Julho, numa sessão pública em Lisboa. Os responsáveis pelos Precários Inflexíveis, que continuarão a dirigir o movimento activista enquanto associação, reunir-se-ão nesse dia à tarde, no Bar do Século, com outros movimentos, associações, sindicatos e pessoas em nome individual que os têm acompanhado no “caminho da defesa dos direitos essenciais no trabalho e na vida”, adiantam em comunicado.
Ao PÚBLICO, Tiago Gillot, uma das vozes do movimento, acrescenta que nos primeiros meses da associação será lançada uma “campanha de angariação sócios”, para que o alargamento dos quadros actuais se concretize. Tiago Gillot destaca o “património” de activismo conseguido pelos fundadores até ao momento, mas sublinha a necessidade de uma “intervenção nacional” levada a cabo por novos sócios, que terão “direitos e deveres bem definidos”.
“Os Precários Inflexíveis eram até agora um movimento informal, com um grupo de pessoas ainda restrito”, observa. Nesta nova fase, procuram formar um grupo maior de pessoas interessadas em combater a precariedade e o desemprego, que entendem ser dois desafios essenciais no momento. Algo que Tiago Gillot caracteriza como uma “intervenção mais ambiciosa”.
“Respondemos ao regime de austeridade permanente que despreza os direitos essenciais, a democracia no local de trabalho e a justiça social. Mais de 1,2 milhões de pessoas desempregadas e cerca de dois milhões de pessoas com vínculos precários em todo o país: um cenário que exige toda a determinação e torna ainda mais urgente este combate”, acrescenta o comunicado do movimento, que esteve envolvido nas manifestações de 12 de Março e de 15 de Outubro do ano passado.
“Ao longo destes cinco anos empenhámo-nos, com muitas outras organizações e pessoas, na luta pelos direitos no trabalho, contra os falsos recibos verdes e todas as formas de contratação a prazo, temporária e precária”, continua o mesmo texto. “É este percurso, curto mas intenso, que hoje transportamos e que nos legitima neste momento de fundação.”