in TSF
Os ministros das Finanças europeus retomam esta quinta-feira a reunião por videoconferência iniciada na terça-feira e interrompida na quarta para tentar chegar a um acordo político sobre a resposta económica da União Europeia à crise provocada pela Covid-19.
sta reunião do Eurogrupo, considerada decisiva e conduzida por videoconferência desde Lisboa pelo ministro Mário Centeno, teve início na terça-feira à tarde e foi suspensa ao início da manhã de quarta-feira, após 16 horas de discussões sem que fosse possível chegar a um consenso, que tarda em ser alcançado, embora os responsáveis políticos garantam que já falta pouco.
"Após 16 horas de discussões, chegámos perto de um acordo, mas ainda não estamos lá. Suspendi o Eurogrupo e [a discussão] continua amanhã, quinta-feira", anunciou após a primeira ronda da 'maratona' negocial o presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro e ministro das Finanças português, acrescentando que os seus objetivos permanecem os mesmos.
Reunião do Eurogrupo suspensa após 16 horas de discussão sem acordo
Antes da reunião, alargada aos países que não têm a moeda única, Centeno disse esperar um acordo sobre um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, no valor total de cerca de 500 mil milhões de euros, bem como um "compromisso claro" relativamente a um plano de recuperação (posterior) de grande envergadura.
Dois dos três elementos do pacote, as 'redes de segurança' para trabalhadores e para empresas, parecem pacíficos, dado o consenso em torno do programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias empresas.
A questão que continua a dividir os Estados-membros é a forma como apoiar os Estados, já que países como Alemanha e Holanda continuam irredutíveis na sua oposição à solução de emissão conjunta de dívida -- os 'coronabonds' ou 'eurobonds', defendidos por Itália, Espanha e Portugal, entre outros -, e mesmo a solução que parece mais próxima de colher unanimidade, as linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), continua a provocar divergências, designadamente sobre as condições que penderão sobre estes empréstimos, e encontra muita resistência por parte de Itália.
Os ministros das Finanças estão então 'obrigados' a chegar a um compromisso sobre o apoio aos Estados-membros, pois foi essa a missão que lhes foi confiada pelos chefes de Estado e de Governo da UE na última cimeira, por videoconferência, realizada em 26 de março.
No final desse Conselho Europeu também marcado por divergências e fortes tensões, os líderes solicitaram ao Eurogrupo que apresentasse propostas concretas no prazo de duas semanas, prazo esse que 'expira' precisamente hoje.
A videoconferência do Eurogrupo será retomada às 16h00 de Lisboa, 17h00 de Bruxelas.