7.9.20

Um ano lectivo como nunca se viu: as dúvidas, inquietações e o entusiasmo de quem regressa à escola

Hugo Moreira e Samuel Silva, in Público on-line

No regresso às aulas, alunos, pais e professores partilham dúvidas e entusiasmos num “ano diferente”. “Vamos fazer com que corra pelo melhor”, prometem os professores. Enquanto ainda nem todas as escolas têm regras claras, os pais acumulam perguntas e os alunos preparam com mais afinco a mochila para voltar à escola. No primeiro dia… logo se vê como vai ser.

Os miúdos vão perceber o que dizem os professores, tendo estes uma máscara a tapar-lhes parte da cara durante a aula toda? E vão ter actividades se tiverem que ficar na escola até mais tarde? E vão resistir a dar beijos e abraços aos colegas, depois de tanto tempo sem os ter por perto? E é mesmo bom para a sua sanidade mental não darem beijos e abraços? E como vai ser com o transporte, a família vai conseguir organizar-se? A poucos dias do início das aulas, professores e pais acumulam interrogações. Não é um arranque de ano lectivo qualquer. É um começo de aulas em ano de pandemia.

Para Carlos Ferreira, começa “um dos maiores desafios”. É professor há 16 anos e nunca tinha chegado a Setembro com tantas incertezas sobre aquilo que vai viver no momento em que os alunos voltarem à escola. “Como é que as crianças vão criar uma ligação com um adulto que vai estar a usar uma máscara?”, questiona-se este docente do 1º ciclo no Centro Escolar de Crasto, que pertence ao Agrupamento de Ponte da Barca, no Alto Minho. Há seis meses que não vai à escola – “sinto falta do barulho, das crianças, e de entrar na sala, que é como se fosse minha, porque fui eu que a decorei e organizei”, conta. Quando ali voltar, terá diante de si uma turma completamente nova, do 1.º ano.

É verdade que já conhece alguns dos seus alunos, aqueles que frequentaram o pré-escolar no mesmo edifício. Todavia, com a maioria será um primeiro contacto: “Não temos nenhuma relação afectiva entre nós. Esse é o primeiro desafio, construir uma ligação.”

Tal como este professor do 1.º ciclo, também os alunos estiveram seis meses sem ir à escola. Muitos tiveram pouco ou nenhum contacto com outras crianças, pelo que as competências afectivas estarão “um bocadinho paradas”, antecipa. Por isso, as questões emocionais têm “uma importância ligeiramente maior” do que qualquer preocupação sanitária que Carlos Ferreira possa, neste momento, ter.

E tem-nas, não o esconde. Na sua família, há regras implementadas desde Março, aquilo a que chama “o nosso plano de contingência”. O calçado e a roupa usados no dia-a-dia não entram em casa e as máscaras são usadas nas áreas comuns do prédio onde vive, por exemplo. A mulher também é professora. E no círculo familiar há pessoas de risco e idosas. Os cuidados têm que ser redobrados.

Cristina Félix, 57 anos, é professora de Português no 2.º ciclo. Tal como Carlos Ferreira, também tem idosos a cargo, todos com perto de 90 anos. As orientações que a Direcção-Geral da Saúde enviou às escolas para a preparação do novo ano lectivo e as regras aplicadas no Agrupamento de Escolas dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, onde trabalha há oito anos, seriam suficientes para a deixar “confortável” antes do regresso às aulas, não fosse esta situação familiar.

“Em Julho e em Agosto, não fui de férias, nem contactei com quase ninguém. Agora, estou a ter cada vez mais cuidados, a partir do momento em que voltei a ir à escola para as reuniões. Quando vierem os alunos, maiores serão”, explica. Na pasta que leva diariamente para a escola, leva uma pequena bolsa com um kit pessoal onde estão uma embalagem com álcool-gel, toalhetes de desinfecção, uma máscara de reserva e um par de luvas descartáveis, “porque pode haver alguma emergência”.

Aos cuidados sanitários, somam-se as angústias sobre como será o dia-a-dia na sala de aulas. Nas primeiras reuniões de preparação do ano lectivo, sobravam perguntas entre os colegas: “Será que vamos poder mexer nos cadernos dos alunos? E circular entre eles? E fazemos ou não testes em papel?”.

“Isto assusta muito as pessoas”, afirma Cristina Félix, professora há 38 anos. Será preciso “bom senso” para cada professor encontrar as suas respostas. Da sua parte, começou a desenhar algumas estratégias. Por exemplo, os testes escritos vão passar por uma espécie de quarentena antes e depois de serem corrigidos: “Coloco tudo num saco de pano, higienizo as mãos e deixo 48 horas guardados. Depois corrijo. E farei o mesmo processo antes de os entregar aos alunos”.
Coloco tudo num saco de pano, higienizo as mãos e deixo 48 horas guardados. Depois corrijo. E farei o mesmo processo antes de os entregar aos alunosCristina Félix

Mário Oliveira, 41 anos, já tem resposta para algumas das questões que ainda afligem os seus colegas. Uma vez que é professor do ensino secundário, já teve que voltar, em Maio, ao contacto presencial com os alunos do 12.º ano que estavam a preparar-se para o exame nacional de Matemática. No início, “havia o medo que os alunos me transmitissem o vírus e eu o levasse para casa”, recorda. Essa experiência é agora vista como “um privilégio”: “Consegui minorar todos os meus medos e os dos alunos.”

Há cinco anos que este professor de Matemática dá aulas no Colégio do Ave, em Guimarães. As primeiras semanas de regresso à actividade lectiva, no final do ano lectivo passado, foram de teste para algumas situações que, antes da pandemia, aconteciam naturalmente. “Até que ponto me podia aproximar do lugar de um aluno? Será que os posso chamar ao quadro?”, eram algumas das questões com que se debatia. Mário Oliveira foi “modelando as soluções e percebendo” que, por exemplo, podia aproximar-se das secretárias, desde que mantivesse alguma distância de segurança e evitasse tocar no material escolar dos alunos.

No início, muitos dos estudantes saíam da aula, mal esta terminasse e preferiam fazer chegar as suas dúvidas através do grupo de turma criado pelo professor de Matemática na aplicação de mensagens Whatsapp. Depois, muitos desses alunos começaram também a ficar no final das aulas para conversar com Mário Oliveira.

Aos poucos, “restabeleceu-se um grau de confiança que em Maio julgava perdido”, sublinha este docente. Por isso, quando retomou as aulas no colégio de Guimarães, logo a 2 de Setembro, estava confiante. Nos próximos meses, “pode não correr tudo bem, mas vamos fazer com que corra pelo melhor”. 

“Desdramatizar” ou preocupar-se, desabafam os pais

“Neste momento é tudo uma grande incógnita”, desabafa Tiago Mira Delgado, consultor informático, pai de seis crianças, a mais nova com um ano e meio e a mais velha com 11. Três frequentam a creche e jardim-de-infância do Centro Social Sagrado Coração de Jesus, uma instituição particular de solidariedade social, duas estão no 1.º e 2.º anos na Escola Padre Bartolomeu Gusmão e uma no 6.º ano na Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos, todas em Lisboa.

Primeira inquietação: vai haver resposta dos espaços de actividades de tempos livres (ATL)? “É uma grande preocupação”, diz. Anda a tentar perceber se os ATL vão abrir e com que horários. É que em Junho, quando a creche dos três filhos mais novos reabriu, depois da pausa ditada pela covid-19, não foi nada fácil. Tiago Mira Delgado nunca conseguia ir buscar as crianças antes das 17h, quando era suposto elas saírem às 16h30. O seu próprio horário de trabalho não o deixava. “Todos os dias pedia imensa desculpa, mas não conseguia fazer melhor.” Admite que o cenário pode repetir-se de novo.

Por isso, era “fundamental” que o Ministério da Educação, em conjunto com as juntas de freguesia ou câmaras municipais, “arranjasse formas de ter respostas para os ATL, creches e infantários”. “Têm que ser encontradas soluções para ajudar as famílias”, sublinha.

Segunda inquietação: como vai ser na sala de aula? “A minha filha tem que aguardar para entrar numa loja onde só podem estar dez pessoas. Como é que é possível que numa sala tão pequena seja permitido estarem 29 pessoas?”, questiona Fátima Barbosa, professora, 42 anos. A filha de dez, quando regressar às aulas no Agrupamento de Escolas Professor Carlos Teixeira, em Fafe, vai ter mais 27 colegas na mesma sala.

“Ninguém sabe exactamente o que vai acontecer”, diz Ana Stilwell, cantora e compositora, de 34 anos, mãe de quatro filhos, entre os dois e os dez anos.
Ninguém sabe exactamente o que vai acontecer”Ana Stilwell

Mais inquietações e dúvidas: que impacto vão ter todas as regras, todos os receios, o medo do contágio, nas relações sociais na escola. “Preocupa-me muito mais a parte emocional e a saúde mental dos miúdos e dos professores” nesta fase em que vão voltar “a estar juntos”, diz Ana Stilwell, que com a mãe, Isabel Stilwell, escreve as crónicas Birras de Mãe no PÚBLICO. “Receio que o medo faça com que as pessoas se afastem e não dêem o apoio que as crianças sempre precisaram e que agora vão precisar ainda mais.”

“Sei que há muitas mães que têm outras visões, mas eu preferia mil vezes que [as crianças] brincassem todas livremente sem se preocuparem com o vírus”, refere. “Os riscos e as consequências para a saúde mental” da aplicação de medidas como encurtar os intervalos entre as aulas podem ser “muito mais perigosos do que o vírus” em si.


Para além disso, prossegue, o uso da máscara, que não tem dúvidas de que tem vantagens em termos de saúde pública, pode complicar a leitura da expressão facial dos professores por parte dos alunos, sobretudo dos mais novos.

Uma vez que “não se sabe quase nada ainda”, o que “dificulta a preparação”, esta mãe considera “fundamental” o diálogo em família. É preciso “desdramatizar” e “tirar a tónica de que eles podem ficar doentes ou trazer a doença para casa”. Mesmo com muitas questões práticas para resolver, como, no seu caso, perceber “quem é que vai levar e buscar à escola”, é preciso que os pais se “deixem levar pelo entusiasmo” dos filhos, largando assim “os próprios medos”.

Apesar de tudo, há também um enorme alívio entre os pais, depois de meses de aulas à distância para muitos dos jovens. O retomar das aulas e do contacto social é “uma necessidade básica”, diz Tiago Mira Delgado. Os seus filhos estão “ansiosos para voltar à escola e ver os amigos”, ainda que, acredita, possam vir a ficar “mais confusos, ansiosos ou tristes” quando lhes explicar as medidas que vão vigorar, “sobretudo aqueles que no ano passado tiveram a escola normal”.

Quanto ao perigo de infecção, este pai relativiza. O vírus “começa a fazer parte da nova normalidade”. Claro que tenta explicar aos filhos a importância de “evitar situações de risco” e “ter sempre atenção às medidas de segurança”. E é mais fácil com as crianças mais velhas. Mas, seja como for, não está à espera que todas as recomendações sejam cumpridas: “O que vimos na creche é que, no fundo, pode-se tentar educar para o distanciamento, mas é impossível cumprir”. As educadoras são as primeiras a admitir que “quando uma criança cai e começa a chorar, precisa de um abraço e não há nada que o substitua”.

“Os miúdos não conseguem brincar sem contacto”, afirma. “É esperar que nada aconteça.”

“As crianças vão estar tão excitadas por estar na escola e por rever os coleguinhas”, prossegue Fátima Barbosa, que mesmo se “as escolas cumprirem as medidas” ditadas pela Direcção-Geral da Saúde, “vai ser muito complicado” que os alunos as cumpram. “Já estou a ver que as máscaras vão andar espalhadas e trocadas umas com as outras.”

Os dois filhos de 16 e 12 anos de Susana Roche, consultora médica, 46 anos, regressaram esta semana ao Liceu Francês Internacional do Porto, antes do arranque oficial do ano lectivo na generalidade das escolas públicas, a partir de 14 de Setembro. Foram sem saber ao certo o número de alunos por turmas. A poucos dias do regresso à escola Susana Roche contava: “Vão saber mais no primeiro dia.” Mas nenhuma indefinição sobre o que se iria passar se sobrepunha ao sentimento de “alívio”. Os filhos “sofreram bastante” com os últimos meses de escola à distância. Sabiam que o espaço da cantina seria alargado, a escola garantiria a presença de um médico e apoio psicológico. E tudo isso tranquilizou a consultora médica. As crianças “vão ter de aprender uma nova forma de interagir com os colegas e com os professores”, diz. É isso que lhes tem explicado.

Tem ido levar e buscar os filhos nestes primeiros dias. E nota que os aglomerados de carros junto ao liceu, à hora de saída e de entrada, são maiores que em anos anteriores. Não sabe se é porque houve cortes nos transportes disponibilizados pela escola, se pelo medo dos pais em deixar os filhos andar de autocarro. “Mas aquilo é tanta gente toda junta para ir buscar os meninos que é pior do que um autocarro”, aponta. Antes da pandemia tinha decidido que os seus filhos, Luna e Nino, este ano iriam começar a ir de autocarro para a escola. “Queremos que eles sejam mais independentes. Só não foram ainda porque precisamos de algum tempo para lhes ensinar.” É um “passo importante”, “está na hora”. E a pandemia não a fez mudar de ideias. “Há que procurar uma normalidade apesar do risco.”
Alunos: saudades e entusiasmo

Aos dez anos, Clara Barbosa tem uma “receita criativa e original para combater o coronavírus”: máscaras, desinfectantes, respeito pelo próximo, distanciamento social e, por último, “mas não menos importante”, o amor. A mensagem faz parte do vídeo da jovem de Fafe que mereceu uma menção honrosa no concurso ABCovid, que, em preparação para o regresso às aulas, premiou vários alunos que ajudassem a divulgar informações e medidas de prevenção perante a pandemia de covid-19. Gravar os vídeos foi um divertimento para a aluna que pedia repetidamente à mãe para que gravassem mais.

“Estou muito entusiasmada por voltar à escola”, afirma com alegria na voz a aluna que terminou o 4.º ano no Agrupamento de Escolas Carlos Teixeira, em Fafe. As conversas regulares com a mãe fazem-na saber na ponta da língua as recomendações que vai ter que cumprir quando voltar à sala de aula. Por isso, não está preocupada com o regresso. “Eu acho que os meus amigos também vão estar todos entusiasmados e não preocupados”, analisa Clara, e adiciona: “Já não nos vemos há muito tempo, desde Março. Tenho saudades deles”.
Eu acho que os meus amigos também vão estar todos entusiasmados e não preocupados. Já não nos vemos há muito tempo, desde Março. Tenho saudades delesClara Barbosa

Luna e Nino Roche começam as aulas já esta semana no Liceu Francês Internacional do Porto. A jovem de 16 está “muito contente por voltar à escola”, uma vez que isso significa voltar a ver os amigos e “regressar à rotina habitual”. Já o irmão de 12 anos diz que sente “mais ou menos a mesma coisa” que a irmã.

Embora as aulas à distância não tenham corrido mal à família Roche, ninguém quer repetir a experiência, mesmo que a mãe os prepare para essa possibilidade. “Pode acontecer e a qualquer momento. É uma coisa que falamos aqui em casa para eles estarem preparados”, admite a mãe. “Estou preocupada quanto a isso, porque não sei se a escola vai voltar a fechar, mas espero bem que não”, refere Luna. Para além da ausência dos contactos sociais, as aulas em casa “não foram tão boas como as presenciais”, culpa em parte de existir “muito mais distracções”. “Eu não aprendi tanto como poderia ter aprendido na sala de aula”, conclui. Também Nino considera as aulas online “menos interessantes e eficazes” do que as presenciais. “Eu estou feliz por ver os meus amigos, por isso também não quero que a escola feche outra vez”, deseja o jovem que vai começar o 8.º ano.

Apesar do entusiasmo, ainda existe alguma contenção perante a possibilidade de contágio. “Estou um bocado triste por não poder abraçar os meus amigos e matar saudades de falar com eles sem ser a dois metros de distância”, conta Luna. Ainda que possa ser “difícil no início”, a aluna acha que se vai habituar. Existe o medo de que “outros alunos não respeitem as medidas”, mas acredita que “já todos conhecem as regras”. Para Nino, o regresso “pode ser um bocadinho mais triste”, mesmo que os amigos também estejam tão entusiasmados quanto o jovem para regressar. A escola no Porto vai limitar as actividades e jogos de maior proximidade e contacto durante os intervalos, conta a mãe.

Relativamente ao regresso ao ritmo das aulas presenciais, os alunos não estão preocupados. A estudante que segue para o 11.º ano admite que as aulas em casa “atrasaram um bocado ao programa”, mas está confiante que o regresso à escola trará um período de avaliação do ponto de situação académico de cada um dos alunos.

Em Lisboa, João Barbosa prepara o regresso ao Colégio Sagrado Coração de Maria que acontece a 14 de Setembro. Embora ainda não lhe tenham sido comunicadas as medidas que a escola vai instaurar, o estudante de 17 anos não espera uma redução na turma que transita para o 12.º ano, que só tem 18 alunos.

Vai ser um regresso “diferente”, talvez “estranho”, mas “é preciso ver o lado positivo das coisas”. Por exemplo, o estudante antecipa que vai ser mais fácil concentrar-se nos estudos porque não vão existir “tantas distracções”. Há colegas que estão mais entusiasmados para voltar, outros não, mas isso “também acontece num ano normal”,

Há uma “mistura de sentimentos”, mas sempre sabendo que “é um voltar com maior precaução”.

No ano passado, o jovem lisboeta voltou à escola para as aulas de preparação para os exames. Fê-los por “reserva”, já que para ingressar num curso superior na área de Informática, o que pretende fazer quando terminar o 12.º ano, precisa do exame de Matemática A, que só é feito no último ano do ensino secundário.

“Acho que faz algum sentido os alunos do 11.º ano só fazerem os exames que queiram”, considera João Barbosa, já que nesse ano, as disciplinas são mais específicas e quem precise daqueles exames “sabe que quer mesmo aquilo”. Porém, o mesmo não se deveria aplicar no 12.º ano: “Acho que aí já deveria ser obrigatório porque disciplinas como o Português e a Matemática são disciplinas base, as mais importantes”.

O que é facto é que a decisão de fazer os exames em Agosto deu-lhe “uma vantagem”. Já teve a experiência de voltar à escola em período de pandemia e, por isso, já sabe “mais ou menos como vai funcionar”. Resume a experiência: “É ir às aulas com precaução e vai correr bem”.

As maiores dificuldades nas aulas à distância encontraram-se na disciplina de Geometria Descritiva. Mesmo “tendo a professora feito um excelente trabalho”, o facto de o professor não estar “ao lado” dos alunos dificulta a tarefa. Ainda assim, João Barbosa admite que teve “um bom ambiente, com boa internet” e relembra que “muita gente teve ambientes péssimos” que tornaram as aulas virtuais “muito mais difíceis”. Também por isso, o aluno defende que os professores deveriam dedicar o período inicial das aulas “a fazer uma revisão e perceber como é que os alunos estão”, sobretudo nas disciplinas em que a maioria dos alunos não fizeram exame, e, por isso, não tiveram aulas presenciais presenciais no final do ano lectivo.