3.2.12

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas passa a instituição de utilidade pública

in Jornal de Notícias

A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas foi declarada, esta quinta-feira, instituição de utilidade pública devido aos "relevantes e continuados serviços à comunidade", um anúncio recebido com surpresa pelo presidente da instituição, que considerou "um reconhecimento do Governo".

Um despacho do secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, publicado, esta quinta-feira, em Diário da República, declara a utilidade pública da associação, considerando que as sua actividades "têm-se mostrado de grande relevância na defesa dos valores sociais inerentes à família e a sua acção tem contribuído para a criação de melhores condições sociais, educacionais e de integração das famílias numerosas".

"A APFN vem prestando, desde 1999, relevantes e continuados serviços à comunidade, promovendo junto dos poderes públicos e da comunidade em geral medidas de apoio às famílias numerosas e fomentando a entreajuda entre estas", sublinha Marques Guedes no despacho.

Para o presidente da associação, Francisco Ribeiro e Castro, esta decisão foi "uma surpresa muitíssimo agradável".

"É algo que já estávamos a pedir há muitos anos, um processo que começou dois governos antes e, portanto, é com bastante alegria que vemos que o Governo reconhece o nosso trabalho, e esperamos que, ao reconhecer o nosso trabalho, nos passe a ouvir", disse à Agência Lusa Fernando Ribeiro e Castro.

A associação "tem tido um fortíssimo apoio e reconhecimento por parte da sociedade civil e, infelizmente, até agora, não temos tido qualquer receptividade por parte dos governos e do Parlamento", adiantou.

Por isso, considerou, "é um passo importantíssimo", que vai "facilitar bastante o diálogo com o Governo no sentido de trabalhar em conjunto para a sobrevivência do país".

Fernando Ribeiro e Castro lembrou que, desde que foi fundada, a associação tem vindo a trabalhar na promoção da família e a chamar a atenção para "o gravíssimo problema demográfico do país".

"É por falta de nascimentos que se tem fechado maternidades e demitido profissionais, é por falta de nascimentos que estão a fechar escolas. É um problema do presente, que vai agudizar-se ainda mais no futuro", alertou.

Apesar desta distinção, Fernando Ribeiro e Castro adiantou que a APFN não irá pedir subsídios, lembrando que é "uma associação auto-sustentada, que não depende em nada do Orçamento do Estado".

"Para nós o importante é o estatuto, o reconhecimento do Governo, mas não vamos tirar benefícios económicos disso", vincou.