in Jornal de Notícias
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse, esta sexta-feira, em Berlim, que o futuro da Europa se decide "no essencial nos próximos meses, ao longo deste ano", voltando a apelar à defesa da moeda única e à coesão da zona euro.
A política europeia "é sempre parte das políticas internas, porque os nossos países estão estreitamente ligados pela moeda comum, a estabilização da zona euro é uma questão-chave" para a Alemanha, garantiu a chefe do Governo alemão.
"Por isso apostamos, em conjunto com os parceiros europeus, no reforço da união económica e monetária", sublinhou Merkel, que falava na Conferência Anual da Associação das Empresas Familiares.
Merkel voltou a dizer também, como já tinha feito na quinta-feira num discurso no parlamento federal, que a Alemanha "não pode ser mais sobrecarregada" com ajudas financeiras a outros países do euro.
"A nossa força não é ilimitada", advertiu a dirigente democrata-cristã.
Merkel lamentou igualmente a "falta de confiança entre os atores da zona euro", e considerou que existe "um falso debate" que opõe a necessidade de crescimento económico ao rigor orçamental.
A chanceler germânica voltou também a alertar contra o perigo das propostas para mutualizar as dívidas públicas, nomeadamente através da emissão de "eurobonds".
Tais propostas, referiu, "só servem para ocultar as diferenças de desenvolvimento entre os países da moeda única, se o fizermos, acabaremos na mediocridade, e a mediocridade não deve tornar o padrão da zona euro", vincou Angela Merkel.