in Diário de Notícias
O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) do Porto, José Baptista, apelou hoje à mobilização de todos os atores sociais para "combater as desigualdades mais persistentes".
"Nos últimos anos, Portugal tem visto os seus níveis de pobreza e de exclusão social aumentarem, particularmente na região Norte, os de qualidade de vida definharem e os de participação democrática deprimirem", considerou o padre José Baptista.
O responsável falava na abertura do Congresso Internacional da UDIPSS, a decorrer até quarta-feira, no Porto, para debater a inovação social como forma de melhorar o desempenho de gestão das chamadas IPSS.
José Baptista salientou que, "adicionalmente, a população tem envelhecido e os dados estatísticos evidenciam esta depressão que, aparentemente, é crónica e que a crise apareceu para agudizar".
O presidente da UDIPSS do Porto considerou que, "todavia, as organizações da sociedade civil organizada, pela capacidade de refletirem os interesses das comunidades onde se inserem e cujas necessidades conhecem melhor do que qualquer outro agente coletivo, são um exemplo paradigmático da capacidade de flexibilidade e adaptação portuguesas às contingências sociais".
"É neste paradigma e segundo esta crença que se afigura a necessidade de mobilizar todos os atores sociais que, século após século, foram capazes de fazer sempre melhor e com qualidade e, simultaneamente, de combater desigualdades mais persistentes", acrescentou.
Para que a resposta às exigências dos desafios atuais seja "profícua", estas organizações "deverão continuar a desempenhar as suas funções de uma forma diferente do Mercado e do Estado" e deverão "mobilizar recursos sociais para a prossecução de interesses do bem comum, mantendo a proximidade às necessidades das populações e afiançando, desta forma, maior eficiência na afetação de recursos às necessidades locais", defendeu.
Atualmente, a UDIPSS do Porto congrega 348 instituições que empregam mais de 12 mil pessoas. Estas organizações têm um movimento operacional anual superior a 200 milhões de euros, dos quais 57,5 por cento resultam de acordos de cooperação com o Estado.
Doze por cento das filiadas na UDIPSS/Porto têm respostas sociais para a comunidade em geral, 66 por cento para crianças e jovens, 26 por cento para idosos e cinco por cento para pessoas com deficiência.