in Jornal de Notícias
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse, esta terça-feira, que a China "está pronta a aumentar a participação" nos esforços para resolver a crise da dívida soberana na zona euro.
Wen Jiabao não adiantou em que consistiria a referida participação, mas salientou que "a China apoia os esforços em curso" na União Europeia.
"A China está pronta a aumentar a participação na solução dos problemas da dívida (soberana) na Europa", disse Wen Jiabao numa conferência de imprensa no Grande Palácio do Povo, em Pequim, após uma reunião de duas horas com os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu, Durão Barroso e Herman Van Rompuy, respectivamente.
Acompanhado pelos dois líderes da UE, o primeiro-ministro chinês afirmou que o seu governo encoraja as empresas chinesas a investir na Europa. "China e União Europeia estão cada vez mais interdependentes", disse Wen Jiabao.
Questionado sobre os compromissos assumidos pelo primeiro-ministro chinês durante a cimeira de hoje, Van Rompuy respondeu: "Compete à China tomar as suas próprias decisões acerca do seu contributo para a estabilidade da zona euro".
O presidente do Conselho Europeu saudou a posição manifestada por Wen Jiabao e referiu que "a China já investiu em títulos do tesouro de alguns países europeus e nos instrumentos financeiros da UE".
"Integração europeia está a aprofundar-se"
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, considerou que o processo de integração europeia "está a aprofundar-se e não a andar para trás".
"Quero dizer aos nossos amigos e parceiros chineses que sim, a União Europeia está a progredir. Não tenho quaisquer dúvidas quanto a isso", disse Durão Barroso após uma reunião de duas horas com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.
Durão Barroso realçou que recentemente os 27 membros da UE "deram um passo em frente para a união fiscal", que "completará a união monetária".
"A discussão na Europa, hoje, não é de modo nenhum como reduzir o projecto comum, mas como avançar ainda mais no processo de integração", frisou.
Questionado por uma jornalista chinesa sobre "as greves e protestos estudantis" na UE, o presidente da Comissão Europeia considerou que se trata de um fenómeno "normal em sociedades abertas, em que as pessoas têm o direito de protestar".
Durão Barroso reconheceu, contudo, que "algumas medidas tomadas em alguns países membros são socialmente difíceis de aceitar".
"A UE não é um país, é uma união de 27 democracias e em breve serão 28", acentuou, referindo-se à anunciada adesão da Croácia, em 2013.
Durão Barroso congratulou-se com o desenvolvimento da China, que "beneficiou grandemente da abertura da União Europeia", afirmou. "Há diferenças (entre a UE e a China) mas os interesses comuns são superiores às diferenças", disse.