in Jornal de Notícias
Os jovens têm cada vez mais problemas em se inserir na vida activa e consideram que a escola os prepara mal para o mundo laboral, indica um relatório da ONU sobre o emprego dos jovens no mundo, publicado esta segunda-feira.
O relatório mundial sobre a juventude, que se baseia em testemunhos prestados na internet por jovens entre os 15 e os 30 anos, sublinha que a crise agravou o desemprego dos jovens e que estes se arriscam a ser as primeiras vítimas das políticas governamentais de austeridade para a redução da dívida pública.
"A experiência mostra que os programas de austeridade podem agravar o desemprego", realça-se no documento, noticia a AFP. "Em período de crise económica, os jovens são com frequência os últimos a contratar e os primeiros a despedir".
O desemprego dos jovens teve um crescimento súbito por causa da crise, passando para 12,6 por cento em 2001, que compara com 4,8 por cento para os adultos.
A situação é ainda pior no Médio Oriente (25,5 por cento para os jovens e 39,4 por cento para as jovens) ou na África do Norte (23,8 e 34,4 por cento, respectivamente).
"Não há dúvida que o alto nível de desemprego dos jovens é um dos factores que contribuíram para as recentes revoltas da Primavera Árabe", sublinha-se no relatório.
Das contribuições dos jovens salienta-se que "colocam em causa a qualidade da sua educação, a sua adequação aos empregos disponíveis, a maneira como os conhecimentos adquiridos vão servir a longo prazo" e uma formação demasiado teórica. "A nossa geração", explica um senegalês, de 24 anos, Amadou, "é a mais instruída, mas há um fosso entre a formação oferecida e as necessidades do mercado de trabalho".