Marta Reis com Lusa, in Económico
O Governo manifestou hoje disponibilidade para colaborar com a Bolsa de Valores Sociais (BVS), no sentido de alargar esta iniciativa de empreendedorismo social, tendo já ficado marcada uma primeira reunião.
Existe por parte do Governo "disponibilidade total e absoluta para nos sentarmos convosco e trabalharmos num alargamento mais aprofundado desta experiência", afirmou o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, no encerramento da segunda assembleia geral da BVS. À margem do evento adiantou aos jornalistas que o objectivo do Governo não é intervir ou estatizar, mas antes ser parceiro e "auxiliar o desenvolvimento do conceito".
O secretário de Estado acrescentou que ficou marcada uma reunião para a próxima semana com os responsáveis da BVS, com o objectivo de perceber de que forma o Governo pode ajudar este projecto.
A BVS tem previsto para Maio o lançamento de ‘social bonds', uma parceria com o Deutsche Bank em que também está envolvida a CGD - banco oficial da BVS -, o que, referiu o presidente da Bolsa de Valores Sociais, Celso Grecco, permitirá "reciclar o dinheiro", esperando "que seja capaz de atrair mais investidores".
No final de 2011, este projecto - que tem como co-fundadores a NYSE Euronext, a Fundação EDP e a Fundação Calouste Gulbenkian -, contava com 1.600 investidores individuais e 10 empresas, e um montante total angariado de 1,2 milhões de euros. Até agora há quatro projectos cotados financiados a 100%.
Durante a AG foram ainda conhecidos exemplos de empreendedorismo social no mundo, através de casos referidos durante o debate "Um Negócio pode ser Social?", pelos oradores convidados Malcom Hayday, CEO do Charity Bank (Reino Unido); Valdinei Valério, CEO da Renapsi (Brasil); e Filipe Santos, professor associado e director da Escola de Negócios Sociais do INSEAD.