in Jornal de Notícias
Mais de 21 mil pessoas, a maioria mulheres, ligaram em 2011 para a Linha Nacional de Emergência Social, muitas vezes para denunciar situações de perigo de crianças, jovens e idosos, relacionadas com violência doméstica.
Os dados avançados à agência Lusa pelo Instituto de Segurança Social (ISS) indicam que Linha Nacional de Emergência Social (LNES) recebeu 21023 contactos em 2011, mais 1193 do que no ano anterior. Em 2009, foram atendidas 20958 chamadas.
Cerca de 60% das chamadas foram feitas por mulheres e a faixa etária predominante situa-se entre os 31 e os 64 anos.
A funcionar 24 horas por dia e todos os dias do ano, através do número de telefone 144, a linha é um serviço público gratuito aberto a todos os cidadãos que se encontrem numa situação de emergência social ou que pretendam denunciar uma situação com essas características.
O principal objectivo é "garantir uma resposta imediata a situações que necessitem de actuação emergente e urgente no âmbito da proteção social, assim como encaminhar ou orientar para outras linhas e/ou instituições que melhor se adeqúem à situação apresentada", adianta o ISS.
Segundo o ISS, as chamadas mais frequentes são a pedir acolhimento, a denunciar situações de perigo para crianças, jovens e idosos, relacionadas com violência doméstica e perda de autonomia de pessoas portadoras de doença ou deficiência.
Quem liga também pede apoio económico, alimentar, domiciliário, integração em lar e ajuda económica em transporte.
Relativamente ao tipo de problemas que são apresentados, o ISS refere que se prendem com violência doméstica, situações de desalojamento por despejo, ruptura com familiares ou pessoas com quem habitam, precariedade económica devido a situações de desemprego e maus-tratos e negligência a crianças, jovens e idosos, e situações de perda e ausência de autonomia por doença.
O Instituto de Segurança Social salienta que todos os pedidos feitos à LNES "têm sempre uma resposta seja de emergência ou de crise".
Este serviço é um recurso para outras entidades, como as de segurança e saúde, que necessitam de encontrar uma solução para situações de crise ou emergência social, mas também faz encaminhamentos para outras instituições ou serviços.
Atendendo à grave crise económica que o país atravessa e que tem agravado as situações de exclusão social, o Governo pretende reformular este serviço, adaptando-o "às novas contingências da pobreza e aos novos fenómenos de exclusão".
A medida consta do Plano de Emergência Social (PES), anunciado há seis meses pelo Governo, que irá vigorar até 2014 e pretende chegar a três milhões de portugueses.