7.2.12

Solidariedade: Sobrevivência das instituições é a maior urgência para presidente reeleito da CNIS

in Agência Ecclesia

Padre Lino Maia elogiou «postura extremamente digna» do candidato derrotado

A sobrevivência financeira dos organismos de apoio social é a prioridade mais importante para o presidente reeleito da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

“A urgência das urgências é a promoção da sustentabilidade das instituições. Os recursos são escassos e os desafios são grandes porque temos de fazer mais com menos e não podemos fechar portas”, disse hoje à Agência ECCLESIA o padre Lino Maia.

O responsável que este sábado foi reeleito em Fátima para o terceiro mandato consecutivo à frente da CNIS disse que durante o período pré-eleitoral pôde “constatar no terreno o aumento das dificuldades” das cerca de 2700 instituições associadas.

O dirigente de 64 anos explicou que a sua presidência, até 2014, vai também dar atenção à “promoção dos valores, corresponsabilidade na contratação coletiva, formação, educação, ação social, saúde, desenvolvimento local, voluntariado e descentralização”.

O sacerdote da Diocese do Porto venceu a lista encabeçada pelo padre Arsénio Isidoro, do Patriarcado de Lisboa, naquela que foi a maior participação eleitoral da história da CNIS: das 2100 instituições com direito a voto, 954 expressaram a sua vontade, quando no anterior sufrágio tinham sido seis centenas.

O reeleito elogiou “a postura extremamente digna” do oponente de 38 anos, que “mostrou grandes qualidades e vontade de colaborar”: “Terminou a sua intervenção no dia das eleições dizendo que ele, juntamente com quem o apoiou, integraria a equipa da CNIS”, assinalou.

Das propostas feitas pelo padre Arsénio nas semanas que antecederam a eleição, o presidente da Confederação destacou a “necessidade da promoção de algum lucro por parte das instituições” para ser investido em serviços: “É uma proposta muito interessante que convém equacionar”, disse.

Antes do escrutínio o padre Lino Maia criticou, através de cartas enviadas aos bispos e aos associados da CNIS, a colaboração dos serviços centrais do Patriarcado de Lisboa no envio de uma carta do padre Arsénio relativa à sua candidatura, dado que tal apoio poderia marcar o início do envolvimento do episcopado no processo eleitoral.

“Houve utilização de serviços de uma determinada diocese. Temos de ultrapassar isso. Os próprios que o fizeram reconheceram alguma imprudência nessa utilização”, desdramatizou o presidente.

“Todos [os bispos] compreenderam que as eleições eram uma decisão das instituições e que a CNIS não é um organismo da Igreja, embora tenha muitas instituições que lhe pertençam”, acrescentou.

As associações reunidas na CNIS, das quais 41% se referem à Igreja Católica, empregam perto de 200 mil pessoas e servem meio milhão de utentes.

RJM