9.2.12

Um em cada quatro portugueses em risco de pobreza ou exclusão em 2010

in O Primeiro de Janeiro

«Quadro negro» vai piorar

Presidentes de organizações solidárias não têm dúvidas: em 2011 e no futuro, serão mais de 2,5 milhões de portugueses em perigo.

O risco de pobreza ou exclusão social atingiu em 2010 cerca de 115 milhões de pessoas na União Europeia (UE), o que equivale a 23,4 por cento da população. De acordo com os números do gabinete de estatísticas da UE, ontem revelados, perto de um em cada quatro cidadãos europeus estavam em 2010 em risco de pobreza ou exclusão social, com a Bulgária (42 por cento), a Roménia (41 por cento) e a Letónia (38 por cento) a serem os países em pior situação. República Checa (14 por cento), Suécia e Holanda (ambos com 15 por cento) eram em 2010 os melhor cotados neste indicador.
Em Portugal, diz o Eurostat, um em cada quatro portugueses vivia, em 2010, em risco de pobreza ou exclusão social, um número ligeiramente superior à média europeia: a percentagem de portugueses a viver em risco de pobreza ou exclusão social aumentou de 2009 (24,9 por cento) para 2010 (25,3%). Estas pessoas encontravam-se em, pelo menos, numa das seguintes três condições: em risco de pobreza, em situação de privação material grave ou a viverem em domicílios com intensidade de trabalho muito baixa.
Comentando estes dados, o presidente da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza afirmou que estes números correspondem à realidade e que 'a tendência é para aumentar', 'Ainda não temos dados, mas a situação já piorou em 2011', disse o padre Jardim Moreira, lembrando que 'o desemprego leva necessariamente as pessoas a ficarem sem poder de compra',
O dados referem que as crianças apresentam maior risco de pobreza e exclusão social do que o resto da população. O Eurostat não refere a situação portuguesa, mas o padre Jardim Moreira adianta que Portugal é um dos países com um índice mais elevado de crianças pobres (24%).
Para a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares estes números não são aceitáveis e devem preocupar. 'Sendo um quarto da população, estamos a falar de 2,5 milhões de portugueses que hoje em dia vivem com grandes dificuldades, é um numero que não podemos aceitar e é um número que nos deve preocupar pelas suas causas, mas pelo facto de ao longo destes anos todos não se ter ainda conseguido lidar com aquilo que é a pobreza estrutural', afirmou Isabel Jonet.
'Temos que com realidade encarar que no próximo ano e no ano que vem a seguir o número de portugueses em dificuldades vai crescer muito', referiu, defendendo: 'Temos que todos juntos pensar como é que vamos ajudar cada uma destas pessoas',

Pobreza. Risco de pobreza atingiu cerca de 115 milhões de pessoas na UE