Helena Geraldes, in Público on-line
Se as negociações para um acordo na Rio+20 fossem um jogo de futebol, já estaríamos no prolongamento. Os delegados deveriam ter chegado a consenso até sexta-feira, depois até à madrugada de terça-feira. Agora, uma nova proposta será debatida esta tarde.
O ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Patriota, anunciou pouco antes das 7h desta terça-feira que os brasileiros têm um texto a propor, no qual “fizeram o seu melhor para integrar o máximo” daquilo que foi pedido pelas delegações, “mesmo no último minuto”. Este texto será divulgado às 11h (hora de Lisboa) e a discussão numa sessão plenária acontecerá três horas e meia mais tarde.
Os responsáveis brasileiros decidiram, assim, adiar para as 13h30 as negociações sobre o documento “O Futuro que Queremos”, com 50 páginas, que os líderes mundiais irão assinar no final da Rio+20. As negociações deveriam ter sido concluídas nesta madrugada.
“Se compararmos estas negociações a um jogo de futebol, o tempo regulamentar já terminou e estamos no prolongamento. O prolongamento não pode durar mais do que o jogo”, disse na noite de segunda-feira o chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo, em conferência de imprensa. Oficialmente, acrescentou, o documento deveria ter sido concluído na chamada pré-conferência, que ocorreu de quarta a sexta-feira da semana passada. Para trás ficaram cinco meses de negociações, coordenadas pelas Nações Unidas, que falharam em levar para a Rio+20 um acordo sobre os princípios da sustentabilidade.
No final da conferência, o documento deverá ser aprovado e ratificado pelos 193 países membros das Nações Unidas, entre 20 e 22 de Junho.