20.2.12

Crise. Portugueses estão a vender toneladas de ouro

Por Miguel Ângelo Pinto, in iOnline

Governo tem recebido pedidos de exploração de minas de ouro, para a região do Alentejo e para as desactivadas minas de Jales

Os portugueses continuam a desfazer-se do ouro a grande velocidade: nos últimos dois anos, saíram de Portugal 14 toneladas por ano, o que representa uma perda financeira superior a 500 milhões de euros para o país.

Cordões, pequenas jóias e as muito procuradas libras em ouro, que antigamente serviam como aforro para dias mais difíceis, começam a desaparecer da casa dos portugueses, estrangulados pela subida do custo de vida e pela necessidade de realizar dinheiro para fazer face às despesas mais prementes. O preço deste metal precioso tem vindo a aumentar de forma sustentada, alcançando, nos últimos meses, recordes sucessivos nos mercados internacionais. Esta corrida à venda de ouro leva a que haja uma saída de riqueza de Portugal que dificilmente poderá ser revertida.

No entanto, a subida do preço do ouro não significa necessariamente uma revitalização da indústria de ourivesaria: se, por um lado, os portugueses andam a vender o ouro que têm, por outro, não têm meios para o poder voltar a comprar. O que está a acontecer é que há um número crescente de industriais do sector que estão a deixar a actividade. E mesmo as casas de compra de ouro começam a sentir um declínio no negócio, uma vez que se vai esgotando a quantidade de ouro disponível no mercado de compra e venda. A esmagadora maioria das peças vendidas nestes estabelecimentos acabam por ser derretidas e transformadas em barras, transaccionadas no mercado do ouro, onde operam profissionais de várias nacionalidades.

Minas Mas a corrida ao ouro em Portugal não se limita à compra e venda de peças em ouro, já que o governo tem vindo a ser inundado por pedidos de concessões para a exploração deste minério, com especial destaque para o Alentejo e para as até agora desactivadas minas de Jales. Apesar de ainda muito incipientes, os estudos disponíveis indicam que pode haver capacidade de produção em algumas zonas do país, o que pode representar uma mais-valia para a economia nacional. Os pedidos para exploração junto do Ministério da Economia são, na sua totalidade, feitos por empresas estrangeiras.