20.2.12

Emprego, inclusão social e ambiente: intervenção prioritária de António Braga

in Correio do Minho

«Apesar da sua diversidade, as cidades europeias enfrentam hoje um desafio comum, que é o do desenvolvimento urbano sustentável; o crescimento económico e a criação de emprego, a par da inclusão social e da protecção e melhoria do ambiente, devem constituir objectivos deste grande desafio». É desta forma que António Braga, candidato à liderança do PS/Braga, enquadra as propostas que virão a enformar as linhas programáticas da sua próxima candidatura à Câmara Municipal de Braga.

Intervindo sexta-feira (17) à noite, na conferência “Braga e a Europa”, que lotou o auditório da AIMinho, o actual deputado e Presidente da Assembleia Municipal sublinhou que os desafios que esta cidade hoje enfrenta não diferem em muito dos que se colocam a qualquer outra urbe europeia de dimensão comparável e, como tal, deve congregar medidas tendentes a potenciar o dinamismo económico, incentivando a inovação, a produtividade e o emprego.

Tal estratégia deve promover também o acesso aos benefícios da maior produtividade e competitividade de uma forma justa, combatendo a exclusão social e melhorando a segurança, não esquecendo a requalificação dois espaços urbanos para melhor servirem as comunidades.
António Braga assume igualmente como seus os objectivos de «incentivar processos de decisão inovadores e flexíveis, que promovam uma maior participação dos vários parceiros públicos e privados e aumentem a sinergia e a cooperação entre os processos e os recursos institucionais existentes».

Antecedendo uma riquíssima “oração de sapiência” de Francisco Assis, ex-deputado europeu e que recente concorrente à liderança do Partido Socialista, o Presidente da Assembleia Municipal de Braga fez, em cumprimento do tema desta conferência, o enquadramento das políticas de cidade no contexto europeu, lembrando, por exemplo, a Carta de Leipzig, com a qual os 27 Estados-membro definiram pela primeira vez o modelo idade de cidade para a Europa do século XXI e acordaram estratégias comuns para uma política integrada de desenvolvimento urbano.

«Importa reconhecer que as cidades portuguesas ainda se confrontam com imensos desafios que precisam de vencer, numa lógica de melhoria das condições de vida dos seus cidadãos e de promoção do crescimento e do emprego», enfatizou.

A questão do emprego mereceu, aliás, particular enfoque das palavras de António Braga que reafirmou como sua a intenção de direccionar os interesses municipais para a sua promoção, seja através de parcerias em investimentos que reforcem o mercado de trabalho, seja no reforço da atractividade a exercer junto de investidores externos, que poderão obter do Município condições muito especiais que só a cidade de Braga lhes pode proporcionar.

Foi neste âmbito que relevou o papel preponderante que alguns sectores caracteristicamente locais podem e devem assumir «para ajudar a reconstruir o tecido produtivo e combater este grande problema do desemprego, particularmente daquele que afecta os mais jovens e qualificados» da nossa comunidade.

Associando o novo ciclo de políticas autárqu icas ao «ainda longo caminho que temos pela frente para alcançar o conceito de cidades sustentáveis», o actual deputado e ex-secretário de Estado enfatizou questões como a da reabilitação urbana, das comunicações entre áreas urbanas («por que é que Braga não pode liderar uma rede de transportes que sirva a região em redor?»), e da coesão social e territorial.

Após ter expresso a sua satisfação pela adesão que o tema da conferência/debate motivou junto de militantes e simpatizantes socialistas de Braga, até porque se tratava de uma iniciativa integrada na campanha da sua Candidatura à liderança do PS/Braga e à Câmara Municipal, o também autarca considerou que «o Partido Socialista tem que saber definir um projecto que recrie junto dos bracarenses toda a esperança na sua gestão para o concelho».

Antes de ouvir Francisco Assis perorar magistralmente sobre os cenários onde evoluem a realidade da União Europeia, dominada pela chanceler alemã, António Braga escutou as razões da sua presença na iniciativa: «primeira razão, a amizade; segunda, porque valorizo iniciativas desta natureza; terceira, porque são iniciativas de alguém que não se limita a acções de sedução emocional, mas que estimula o debate».

Ressalvando a sua intenção de não se imiscuir no processo interno de escolha da liderança dos socialistas bracarenses, o mais recente membro do “Laboratório de Ideias” dos PS não deixou de afirmar que «António Braga seria sempre um grande Presidente da Câmara Municipal de Braga», desde logo porque «tem vontade de o ser, tem conhecimento e formação para tal, é um homem de Braga, que nunca se esqueceu da sua cidade, que, mesmo nos momentos de desempenho governamental, a teve sempre no centro das suas atenções».

Além do mais - sublinhou ainda Assis - tudo muda e o perfil dos autarcas, dos presidentes dos municípios também muda necessariamente: «nessa contingência, António Braga é uma excelente solução».

Antes de um participado debate, que manteve o auditório cheio durante duas horas e meia, o conferencista convidado fez questão de sustentar que a cidade de Braga, a terceira do país, tem que enquadra-se num projecto de desenvolvimento do país, projecto em que a região de é natural líder assuma um papel fundamental.

Admitindo não ser esta a altura para voltar a pugnar activamente pela regionalização do país, aquele que foi outrora um dos mais jovens autarcas do país na próxima Amarante lembrou que esta é a mesma região que, apesar de um conjunto de condições que levariam a que acontecesse o contrário, «tem ficado para trás, tem-se atrasado relativamente ao país».

Quanto ao futuro da Europa, de que o nosso país continua expectante, Francisco Assis expressou a sua esperança em rápidas alterações no paradigma do domínio franco-alemão, para o que concorrem as próximas eleições presidenciais em França, onde o candidato socialista é indicado nas sondagens como vencedor, e na Alemanha, onde alguns dos partidos que suportam a governação de Angela Merkel podem revelar-se insuficientes para garantir a governação liderada pelo seu partido.