9.2.12

Espanha entre os países da União Europeia onde mais aumentou o risco de pobreza

Andreia Major, in Jornal de Negócios

Espanha está entre os países da União Europeia onde o risco de pobreza mais aumentou, sendo actualmente o oitavo país com maior risco de pobreza e com 11,5 milhões de pessoas sob ameaça.

Espanha está entre os países da União Europeia onde a taxa de população em risco de pobreza mais aumentou em 2010, devido à crise económica, de acordo com o “El Mundo”.

O risco de pobreza aumentou 3,7% em Espanha em 2010, face ao aumento médio de 3% que se registou no conjunto dos 27 países da União Europeia (EU), segundo os dados divulgados pelo Eurostat, o gabinete de estaticistas da EU.

Em 2010, um em cada quatro espanhóis, 25,5%, encontrava-se em risco de pobreza, o que representa um aumento de 2,1 pontos face ao ano anterior, quando a proporção foi de 23,4%. No total, 11,6 milhões de pessoas, do global de 115,4 milhões de cidadãos europeus, encontram-se à beira da exclusão.

“As diferenças entre os dados de 2009 e 2010 mostram um avanço nítido da pobreza e da exclusão social, que as medidas e estratégias não conseguiram deter, menos ainda diminuir”, explicou a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), citada pelo “El Mundo”. A associação explica que o aumento de pessoas à beira da exclusão social é “um indicador das consequências desastrosas que a crise está a ter no bem-estar dos cidadãos”.

Espanha consagra-se assim o oitavo país da União Europeia com maior risco de pobreza. A Eurostat considera “em risco de pobreza” as pessoas que têm rendimentos 60% inferiores à média nacional, ou as que suportam uma “grave privação material”, cujos recursos impedem pagar um aluguer ou adquirir certos bens básicos, ou ainda as pessoas que tenham utilizado menos de 20% do seu “potencial de trabalho” no último ano, sem contar com os estudantes.

Em 2010, em Espanha cerca de 20,7% da população cumpria o primeiro critério de pobreza, 4% cumpriam o segundo e 9,8% encaixavam-se no terceiro critério, de acordo com o “El Mundo”.

Entre os Estados membros com dados disponíveis, as maiores taxas de pobreza observaram-se na Bulgária, de 42%, Roménia, 41%, Letónia, 38%, e Lituânia, com uma taxa de 33%.

No outro extremo, com as menores taxas de pobreza, estiveram a República Checa, com 14%, a Suécia e a Holanda, com 15%, e a Áustria, Finlândia e Luxemburgo com 17%.

Na União Europeia, o grupo da população mais afectado pela pobreza são os menores de 18 anos, com uma taxa de 27%, seguidos dos cidadãos em idade laboral, entre os 18 e os 64 anos, com uma taxa de 23%, e os maiores de 65, com uma percentagem de 20%.