in Diário de Notícias
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que "não há nenhuma justificação cultural" para a prática de mutilação genital feminina, que "é, pura e simplesmente uma violação de direitos humanos".
Naquela que foi a primeira iniciativa do Departamento de Estado para assinalar o mês de tolerância zero contra a MGF (fevereiro), Hillary Clinton disse, em Washington, que muitas diferenças culturais devem ser respeitadas, mas sublinhou que a mutilação genital feminina não é uma delas.
Reconhecendo que governos e organizações não governamentais estão a fazer progressos no combate à prática, comum, sobretudo, em três dezenas de países africanos e que põe em risco três milhões de meninas por ano, a secretária de Estado norte-americana realçou que os líderes religiosos desempenham um importante papel na erradicação da excisão, até porque muitas comunidades lhe atribuem, erradamente, um caráter sagrado.
"Muitas tradições culturais que existiram em muitas partes do mundo já não são aceitáveis. Não podemos desculpar [a MGF] como um assunto privado, porque tem implicações públicas significativas. Não tem quaisquer benefícios para a saúde. É pura e simplesmente uma violação de direitos humanos", sustentou a governante.