8.2.12

Pobreza: números não são aceitáveis, afirma Isabe Jonet

in Jornal de Notícias

A presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares disse, esta quarta-feira, que os dados da Eurostat, que indicam que um em cada quatro portugueses vivia em risco de pobreza ou exclusão social em 2010, não são aceitáveis e devem preocupar.

"Sendo um quarto da população, estamos a falar de 2,5 milhões de portugueses que hoje em dia vivem com grandes dificuldades, é um numero que não podemos aceitar e é um número que nos deve preocupar pelas suas causas, mas também pelo facto de ao longo destes anos todos não se ter ainda conseguido lidar com aquilo que é a pobreza estrutural e que subsiste na sociedade portuguesa, apesar da quantidade enorme de estudos e de dinheiro que tem sido transferido", afirmou Isabel Jonet.

A responsável, que falava aos jornalistas na Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, antes de uma audição na 5.ª Comissão Especializada Permanente de Saúde, Assuntos Sociais e Protecção Civil, admitiu que os dados não a surpreendem.

"Infelizmente esses números não me admiram muito, o INE [Instituto Nacional de Estatística] havia já publicado que em 2009 um quinto dos portugueses vivia em risco de pobreza e mesmo podia ser considerado pobre", declarou Isabel Jonet, que se encontra na Madeira para aferir da possibilidade de criação de um banco alimentar no arquipélago.

Segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, um em cada quatro portugueses vivia, em 2010, em risco de pobreza ou exclusão social, um número ligeiramente superior à média europeia.

Os dados do Gabinete de Estatísticas da União Europeia indicam que a percentagem de portugueses a viver em risco de pobreza ou exclusão social aumentou de 2009 (24,9%) para 2010 (25,3%).