9.2.12

Portugal: Mais 45 mil pobres num ano. No total já são 2,7 milhões

Luísa Sousa, in Dinheiro Vivo
Segundo o Eurostat, mais de 25% dos portugueses vive mal: com pouco dinheiro ou carências básicas. É a nona pior situação da Europa

Pobreza aumenta com a crise| Luísa Sousa

O agravamento da crise financeira e económica engordou as fileiras da pobreza e da exclusão em Portugal. De acordo com o Eurostat, existiam cerca de 2,693 milhões de pobres no final de 2010, mais 45 mil que em 2009.

Assim, de acordo com o novo estudo, 25,3% dos portugueses vive mal, o que torna a situação nacional na nona pior da Europa. Na União Europeia, a intensidade de pobreza e exclusão atingia 23% da população. Isto equivale a cerca de 115,5 milhões de pessoas. Este critério de pobreza e exclusão tem em conta não só o nível de rendimento monetário, mas também outras forma de privação material relacionadas com a habitação e alimentação, entre outros fatores.

Para além de ser dos mais adversos, o cenário também está mais sombrio face a 2009. Nesse ano, a partir do qual a crise da dívida começou a agravar-se seriamente, a intensidade de pobreza e exclusão afetou 24,9% da população em território nacional.

Bulgária e Roménia surgem como os países mais empobrecidos, com 41,6% e 41,4% da população, respetivamente, nessa situação. Noruega, República Checa e Islândia são os melhores.

O Eurostat analisa ainda a chamada pobreza monetária. Deste prisma, ser pobre ou estar no limite da pobreza em Portugal significa que a pessoa não ganha acima de 434 euros por mês. Em 2010, estavam nesta situação 17,9% das pessoas, tanto quanto em 2009. E isto já depois de transferidos os apoios sociais, verbas que atualmente estão a sofrer cortes drásticos. Na União Europeia este rácio é de 16,4%.

Este limite em euros difere muito de país para país. Em Espanha, onde a taxa de pobreza monetária já vai em 20,7% da população, é preciso ganhar menos de 651 euros por mês para ser considerado pobre.

Bulgária e Roménia são os mais empobrecidos, com 41,6% e 41,4% de carenciados. Noruega, República Checa e Islândia são os mais desafogados