4.2.12

União das Misericórdias Portuguesas: “ninguém tem que passar fome”

Patrícia Sousa, in Correio do Minho

“Não há razão para que ninguém tenha fome no nosso país”, assegurou, ontem em Braga, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, referindo que as Misericórdias e algumas instituições particulares de solidariedade social vão colocar as cozinhas à disposição do Governo.

Manuel de Lemos, que falava à margem da reunião da UMP para explicar o protocolo de cooperação para 2011-2012, admitiu que a criação da cantina social, como é o caso de Braga, “é muito importante”, no entanto, defendeu que “não se deve alargar muito esta resposta”. E justificou: “consideramos que não se devem fazer novos investimentos, porque acreditamos que a crise seja passageira”.
A solução passa por utilizar a capacidade já instalada. “A medida está negociada com o Governo, só temos que ver como é que vamos pôr isso a funcionar o mais rapidamente possível, porque ninguém tem que passar fome”, frisou o presidente, dando o exemplo “das cozinhas dos lares que podem perfeitament e fazer duas rodadas de refeições”.

Aspectos “muito inovadores”

A participação da UMP, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e da União das Mutualidades nos apoios extraordinários que o Estado pode conceder quer em sede de fundo de socorro social quer em sede de linhas de crédito foi outro aspecto evidenciado, que se revela “muito importante”, já que “aumenta a responsabilidade”, frisou.
O presidente da UMP vincou ainda alguns aspectos “muito inovadores” neste protocolo de cooperação nas áreas das crianças em risco e da segurança e combate ao isolamento dos idosos.

A forma “aberta” como decorreram as negociações com o ministro da Solidariedade e da Segurança Social e o secretário de Estado também mereceram elogios. “Apesar das dificuldades foi possível fazer um pequeno ajuste nos valores comparticipados pelo Estado. É um ajuste que é significativamente metade do valor da inflação”, referiu o líder das Misericórdias.