in TSF
A Câmara de Alcoutim diz que empresários não conseguem ocupar todas as vagas. Desempregados do litoral já procuram trabalho no interior do Algarve.
No concelho português com menos desempregados inscritos no centro de emprego (55), ainda existem trabalhos disponíveis. A garantia é do presidente da Câmara de Alcoutim que contínua a receber queixas dos empresários do município.
Francisco Amaral conta que, depois de uma pequena notícia publicada no Jornal de Notícias onde se dava conta das dificuldades em encontrar mão-de-obra, nas últimas semanas recebeu através de e-mail várias dezenas de pedidos de emprego.
Os pedidos que chegaram à autarquia têm sido encaminhados para as empresas da terra que segundo o autarca continuam a ter dificuldade no recrutamento de trabalhadores.
Num Algarve assolado pelo desemprego, esta pequena vila do interior, à beira do rio Guadiana, tem 55 desempregados inscritos no centro de emprego e uma das mais baixas taxas de desemprego do país.
Os salários podem não ser altos, mas o presidente da câmara garante que a vida em Alcoutim é mais barata do que no litoral.
José Rosa Pereira é empresário e dono de uma panificação no concelho. Já emprega imigrantes, trabalhadores que vieram de Lisboa e recebe cada vez mais candidaturas de desempregados de outras zonas do país, sobretudo nas últimas semanas.
O trabalho não é, no entanto, fácil. A vida será mais barata, mas nem todos aceitam salários baixos no interior do Algarve. Apesar das dezenas de candidaturas das últimas semanas, os empresários garantem que continuam a ter muitas dificuldades para encontrar trabalhadores.
Antonio Camejo é responsável pela estalagem de Alcoutim. Só quer empregar pessoas da terra, mas há anos que não consegue e ainda tem 4 vagas por preencher. Conta que "quando dizemos que têm de trabalhar ao fim-de-semana ou por turnos, não querem. Já tive três ou quatro trabalhadores que passado dois dias se foram embora. Não querem trabalhar neste ramo".
O presidente da câmara garante que não é difícil arranjar trabalho em Alcoutim. Francisco Amaral explica que conhece vários casos de pessoas que vieram de Lisboa ou de Faro e que facilmente encontraram emprego em Alcoutim.
Nuno Guedes