5.6.12

Ministros do G7 reúnem-se de emergência com a crise espanhola ao rubro

Por Paulo Miguel Madeira, in Público on-line

Os ministros da Economia do Grupo dos Sete (G7) principais países industrializados vão ter esta terça-feira uma reunião de emergência, por videoconferência, sobre a crise da dívida na zona euro, num sinal do crescente alarme global devido à ameaça decorrente das tensões nos 17 países da moeda única europeia.

Com a Grécia, a Irlanda e Portugal já sob programas internacionais de resgate, os mercados financeiros estão ansiosos sobre os riscos da crise bancária em Espanha e atormentados com as eleições gregas de 17 de Junho, que poderão levar a uma saída do país do euro, precipitando uma ainda maior turbulência económica.

“Chegámos a um ponto em que precisamos de um entendimento comum sobre os problemas que estamos a enfrentar”, disse aos jornalistas o ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, citado pela Reuters, depois de o seu homólogo canadiano, Jim Flaherty, ter dito que os ministros e banqueiros centrais dos EUA, Canadá, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália teriam esta terça-feira uma reunião especial por videoconferência, aumentando a pressão sobre os europeus para agiram.

Já hoje, o ministro espanhol das Finanças, Cristóbal Montoro, veio dizer que o seu país não será resgatado, porque “tecnicamente não pode ser objecto de um resgate”, aludindo à dimensão da sua economia, a quarta maior da zona euro. “A Espanha não precisa disso, precisa de mais Europa, de mecanismos permitindo a integração europeia”, disse numa entrevista à rádio Onda Cero, citada pela AFP.

Entretanto, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, abriu a porta à ideia da união bancária europeia, sugerindo que os 27 membros da UE poderiam pôr os seus maiores bancos sob supervisão directa europeia, mas não abriu a porta a outras das propostas avançadas pela Comissão na semana passada, como um seguro de depósitos pan-europeu.

“Vamos discutir em que medida precisamos de pôr os bancos sistemicamente relevantes sob uma autoridade de supervisão especificamente europeia, para que os interesses nacionais não tenham um papel tão forte”, disse aos jornalistas em Berlim, citada por The Wall Street Journal.

Entretanto, os EUA e o Canadá pediram mais acção. “Os mercados continuam cépticos quanto às medidas tomadas até agora serem suficientes para assegurar a recuperação da Europa e afastar o risco de que a crise se aprofunde”, disse um porta-voz da Casa Branca, citado pela Reuters.

Preocupado com a crise na zona euro, o banco central da Austrália anunciou que cortou em 0,25 pontos percentuais a sua principal taxa de juro directora, para 3,5%, ficando no seu nível mais baixo em dois anos