13.6.12

Mortes de crianças e jovens diminuíram cinco vezes em oito anos

in Público on-line

As mortes de crianças e jovens até aos 19 anos diminuíram cinco vezes em oito anos, segundo o relatório de segurança infantil hoje apresentado em Lisboa, que regista ainda 152 mortes em 2009.

De acordo com a presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), Sandra Nascimento, a taxa de mortalidade infantil tem vindo a diminuir desde o início dos anos de 1990. Em 1994 morreram 551 crianças e jovens enquanto em 2010, o número desceu para 90.

"É de salientar o facto de Portugal, nestes últimos anos, ter conseguido evitar tantas mortes e poupar tantas vidas", sublinhou Sandra Nascimento, durante a apresentação do relatório de Avaliação de Segurança Infantil em Portugal 2012, que se refere a dados de 2009.

Enquanto o relatório hoje apresentado revela a morte de 152 crianças e jovens em 2009, os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para 90 mortes no ano passado.

Em 2001, "a taxa de mortalidade rondava os 31 por 100 mil habitantes. Agora a taxa é de seis por cem mil", lembrou a responsável. "Portugal está agora acima da média, no que diz respeito à taxa de mortalidade por acidentes em crianças e adolescentes", realçou.

No entanto, sublinhou a presidente da APSI, "os acidentes continuam a ser a principal causa de morte até aos 19 anos e representam 16,62% de todas as mortes".

O relatório revela ainda que as crianças mais vulneráveis socialmente são também as mais atingidas. "As crianças de famílias com rendimentos mais baixos, com literacia mais baixa e que vivem em zonas mais carenciadas estão mais expostas ao risco de acidente", sublinhou Sandra Nascimento, lembrando que, em Portugal, cerca de 25% da população está em risco de pobreza ou exclusão.

Segundo dados do INE, entre 2006 e 2010 morreram 625 crianças e jovens com menos de 19 anos em consequência de um acidente. Apesar de a mortalidade infantil estar a reduzir, a responsável da APSI lembrou que "entre 2009 e 2012 houve muito pouca coisa que melhorou no que toca ao nível de segurança", estando Portugal ainda abaixo da média europeia.

Entre as áreas mais carenciadas no que toca a segurança, Sandra Nascimento apontou a segurança de peões e ciclistas, segurança na água e a prevenção de quedas.