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O mundo continua a seguir um "caminho insustentável", sem respeitar centenas de metas e objetivos acordados internacionalmente, alerta um relatório hoje publicado pela ONU, que exige a renovação de compromissos e a expansão de políticas bem-sucedidas.
A duas semanas da cimeira Rio+20, a 5.ª edição do Panorama Ambiental Global 5 [Global Environmental Outlook 5 - GEO-5], constatou que, em 90 das mais importantes metas e objetivos ambientais, só quatro registaram avanços significativos.
Estas foram a eliminação da produção e uso de substâncias que destroem a camada de ozono, a eliminação do uso de chumbo em combustíveis, o acesso crescente a melhores fontes de água e maior investigação para reduzir a poluição marítima.
O relatório identificou também "alguns avanços" em 40 metas, incluindo a expansão de áreas protegidas, como parques nacionais, e os esforços para reduzir a desflorestação.
Porém, em 24 objetivos, como nas mudanças climáticas e no ´stock´ de pesca foi registado "pouco ou nenhum avanço", em oito desses objetivos a situação é pior do que em 2007, data do último relatório, como o estado dos recifes de coral.
Catorze elementos da tabela não puderam ser avaliados por falta de dados.
"Mantidas as tendências atuais, se os padrões de produção e consumo de recursos naturais observados atualmente continuarem e não puderem ser revertidos e dissociados, os governos serão responsáveis por níveis sem precedentes de danos e degradação", de acordo com o aviso do Subsecretário-geral e Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner.
Todavia, os responsáveis pelo relatório consideram ser possível alcançar "um conjunto ambicioso de metas de sustentabilidade", até meados deste século, "se as políticas e estratégias atuais forem modificadas e fortalecidas".
Os autores do documento aconselham a adoção de objetivos mais específicos para serem alcançados melhores resultados, como aconteceu na proibição de substâncias nocivas à camada do ozono ou o uso do chumbo na gasolina.
Apontam ainda para uma maior atenção às causas subjacentes das mudanças ambientais, nomeadamente para o crescimento populacional e para a urbanização, o consumo e a utilização de transportes e energias baseados em combustíveis fósseis.
Segundo a UNEP, este relatório é o resultado de três anos de trabalho de quase 600 peritos e pretende dar à comunidade internacional ao panorama do ambiente global e respetivas tendências, incluindo a atmosfera, terra, água e biodiversidade.
A divulgação acontece duas semanas antes da Rio+20, cimeira sobre desenvolvimento sustentável, que decorrerá entre 20 e 22 de junho no Rio de Janeiro e reunirá representantes de 176 países e 102 chefes de Estado.