in RR
O Governo vai apresentar já este mês na concertação social o diploma que torna possível o acesso de administradores e comerciantes ao subsídio de desemprego.
A garantia foi dada esta quarta-feira o secretário de Estado da Segurança Social. Marco António Costa adianta ainda que, a partir de Janeiro de 2013, os trabalhadores independentes também vão poder beneficiar de apoio social.
A medida é, naturalmente, bem recebida pelos empresários. O presidente da Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas, Nuno Carvalhinha, diz que mais de 100 mil administradores poderão solicitar o subsídio de desemprego.
“Estamos a assistir a dezenas de insolvências semanalmente, à volta de umas 70 insolvências por mês, e temos sempre vários administradores em empresas. Ao ritmo que isto está, podemos dizer que estamos a falar em milhares de administradores e gerentes que poderão vir a beneficiar desse subsídio de desemprego”, afirma Nuno Carvalhinha em declarações à Renascença.
O presidente da Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas diz que esta ajuda é bem-vinda porque, muitas vezes, a falência da empresa provoca a insolvência dos administradores, que dão garantias pessoais nos empréstimos que as próprias empresas contraem.
Por seu turno, José Alves da Silva, da PME Portugal, admite haver meio milhão de empresários em situação de dificuldades acrescidas.
Trata-se de um vasto número de empresários a necessitar de apoio social, sobretudo em sectores como a construção civil a restauração, sublinha José Alves da Silva.
Mas tanto o presidente da Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas como o da PME Portugal defendem a criação de medidas para evitar falências, nomeadamente de âmbito fiscal e na segurança social.
Também ouvido pela Renascença, o presidente da Confederação de Comércio de Portugal (CCP) diz que o apoio surge num momento de grande dificuldade para o sector.
João Vieira Lopes lembra que muitos comerciantes em idade avançada já não têm possibilidade de reentrar no mercado de trabalho.
O presidente da CCP estima que dezenas de milhar de comerciantes poderão solicitar o subsídio de desemprego, justamente numa altura em que o quadro de falências tende a agravar-se.