As empresas já têm de divulgar dados sobre os impactos sociais, ambientais e a estrutura de poder das suas atividades, mas a CMVM lançou uma consulta pública para que as obrigações sejam divulgadas da mesma maneira
As empresas portuguesas já têm de responder a estas perguntas sobre os impactos ambientais, sociais e de governance da sua atividade, mas até agora é difícil comparar o que diz cada entidade, e é, aliás, difícil encontrar o que cada uma delas refere. Além disso, nem todas divulgam de forma completa o que está previsto.
É por isso que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desenhou um modelo de relatório desta informação não financeira para elencar todos os dados solicitados, para que as empresas saibam onde devem colocar a informação sobre cada um destes temas. E para que os investidores saibam onde procurar.
“O modelo de relatório proposto visa auxiliar as empresas no cumprimento do dever de reporte já existente na lei, com vista a produzir informação simples, objetiva, clara, completa e comparável que possa ser utilizada pelos investidores na ponderação das suas escolhas de investimento”, explica o regulador do mercado de capitais.
Este modelo – que não traz novos deveres de reporte, mas apenas clarifica e estrutura os dados que têm de ser divulgados – será agora sujeito a consulta pública, onde cada entidade poderá fazer comentários até 30 de setembro. A adoção por parte das empresas será voluntária.
Para a CMVM, os investidores, os trabalhadores e os outros envolvidos à volta de cada empresa (os chamados stakeholders) “têm demonstrado um crescente interesse no acesso a este tipo de informação”, pelo que faz sentido apostar na harmonização desta informação.