20.2.12

Desemprego/Algarve: Austeridade não chega, é preciso incentivar crescimento - UGT

in Diário on-line

A União Geral de Trabalhadores do Algarve defendeu hoje que as políticas de austeridade não chegam para resolver os problemas económicos e sociais na região, a mais afetada pelo desemprego no país, e é preciso criar incentivos ao crescimento.

Num debate promovido pela central sindical em Faro, Daniel Santana, da União Geral de Trabalhadores (UGT) do Algarve, afirmou que “sem crescimento e competitividade não se consegue fazer crescer o emprego” e combater a “elevada taxa de desemprego que se verifica na região”.

As palavras do sindicalista surgem um dia depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter anunciado que o desemprego no Algarve atingiu no último trimestre de 2011 os 17,5 por cento, com o número de desempregados a superar os 34 mil.

Daniel Santana frisou que “tanta austeridade cria recessão” e mais desemprego por via da insolvência de empresas e “é imperativo apostar e incentivar o Turismo, principal atividade que potencia a atividade económica” do Algarve.

O dirigente sindical advogou por medidas de “apoio a Pequenas e Médias Empresas e um maior aproveitamento dos fundos comunitários existentes”, assim como por “um papel mais ativo dos centros e dos técnicos de emprego no acompanhamento e colocação dos desempregados”.

O delegado regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) do Algarve, Carlos Baía, explicou que os números do desemprego verificados na região se devem sobretudo à quebra verificada na área da construção e na hotelaria e serviços.

Disse ainda que os gráficos demonstram que essa quebra começou a acentuar-se a partir de 2007 e a região sofre de uma grande sazonalidade, provocada pela forte influência da atividade turística nas oscilações.

O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, apontou várias razões para a perda de competitividade da região relativamente a outros mercados, que só se resolve “relançando a economia e atividade privada”, que é quem gera emprego.

O responsável da principal associação hoteleira da região disse que o Algarve “tem sido penalizado pela baixa produtividade dos trabalhadores, que têm baixa formação, uma fiscalidade muito elevada e por uma degradação da promoção”, que tem sido controlada centralmente e não tem permitido “enveredar pela vertente comercial”.

Igualmente presente, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, Macário Correia, afirmou que “se as autarquias em tempos resolveram alguns problemas de desemprego, hoje em dia estão legalmente impedidas de o fazer”.

O também presidente da Câmara de Faro recordou todas as limitações financeiras que os municípios atravessam e as dificuldades que encontram para gerir os seus concelhos com a legislação criada para cumprir os objetivos definidos no programa de ajustamento financeiro.

Por seu turno, o reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, apontou a necessidade de os cursos começarem a refletir as necessidades da economia e das empresas, mas criando conhecimento extra e único que permita criar uma vantagem relativamente aos restantes.