15.2.12

Save the Children propõe cimeira olímpica da fome em Londres

Cristina Lai Men, in TSF

A organização não governamental Save the Children desafiou o governo britânico a organizar uma cimeira olímpica da fome em Londres por ocasião dos Jogos Olímpicos deste verão.

A ideia é tomar medidas urgentes para enfrentar o desastre semeado pela má nutrição nos países mais pobres.

Em cada hora morrem 300 crianças por má nutrição, um valor que sobe para 2,6 milhões por ano. Se nada for feito, nos próximos 15 anos, os corpos e cérebros de quase 500 milhões de crianças vão ter um crescimento atrofiado.

O alerta da organização Save the Children é feito com base num estudo realizado em países em desenvolvimento que revela que a escalada dos preços está a levar os pais a cortar na alimentação e a tirar os filhos da escola, para que as crianças possam ajudar no sustento da família.

A Save the Children fala numa crise de fome escondida que passa por não ter o que comer, mas também pela má nutrição. Mais de metade das crianças nos países pobres comem apenas três alimentos: mandioca, ervilhas e um vegetal, geralmente folhas verdes.

Sem proteínas, vitaminas, minerais e gordura, o impacto pode ser devastador: quociente de inteligência mais baixo, corpos atrofiados e maior probabilidade de abandono escolar.

O diretor de mobilização da Save the Chlidren, Ben Phillips, salienta que «o problema prejudica as crianças e também a economia à escala global». Por isso, diz, «tomar medidas é não apenas o mais correto, mas o mais inteligente».

A organização quer aproveitar os Jogos Olímpicos em Londres para promover uma Cimeira mundial sobre a fome. Ben Phillips lembra que nas Olimpíadas, os atletas mostram todo o seu potencial, numa união de povos. «Nós queremos que todas as crianças possam atingir o seu potencial e que o mundo se junte também para combater a fome», afirma.

Para a Save the Children, 2012 é um ano vital, porque em meados de 2013 será tarde demais para salvar uma geração de crianças que em breve vai completar dois anos, uma idade chave no desenvolvimento.