1.2.12

“Tsunami do desemprego” não foi lançado por este Governo, diz Santos Pereira

in Público on-line

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse hoje ver “com muita preocupação” os números do desemprego em Portugal (uma taxa de 13,6% em Dezembro), mas sublinhou que “tsunami do desemprego” foi lançado “bem antes” de o actual Governo entrar em funções.

“Vejo os números com muita preocupação”, afirmou, à margem de uma apresentação de um think tank sobre o sector do Turismo, lembrando que o acordo de Concertação Social assinado com as organizações patronais e a UGT prevê “uma série” de políticas activas de emprego.

A taxa de desemprego em Portugal subiu para 13,6% em Dezembro de 2011, mais quatro décimas que no mês anterior, e é a quarta mais elevada na zona euro, a seguir a Espanha (22,9%), Grécia (19,2%, segundo dados de Outubro) e Irlanda (14,4%). Há em Portugal 754 mil pessoas sem lugar no mercado de trabalho. E um em cada cinco tem menos de 25 anos, fazendo com que a taxa do desemprego jovem chegue aos 30,8%.

No conjunto da União Europeia (UE) e na zona euro os valores do desemprego total registados em Dezembro estabilizaram quando comparados com Novembro: 9,9% nos 27 e 10,4% entre os países que partilham a moeda única, informou o gabinete de estatísticas da UE.

O secretário-geral do PS considerou na terça-feira que os números do desemprego em Portugal mostram que “a receita” do Governo não resolve os problemas e que são necessárias políticas activas de criação de postos de trabalho.

Sanos Pereira recordou que o Governo vai “accionar esta semana” uma dessas medidas, referindo-se ao incentivo de 420 euros por desempregado que vai ser facultado às empresas para promoverem formação e contratarem mais trabalhadores.

O ministro da Economia disse ainda “ver com muito bons olhos” os incentivos de combate ao desemprego anunciados pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que escreveu aos líderes dos países europeus com as maiores taxas de desemprego jovem, como é o caso de Portugal.

Numa carta enviada ao primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, Barroso propôs a criação de um grupo de trabalho, liderado pelo Governo e com presença de técnicos e dos parceiros sociais, para desenvolver um plano de incentivo ao emprego dos jovens e de apoio às pequenas e médias empresas.