por Lucília Tiago, in Diário de Notícias
A taxa de emprego em Portugal registou nova quebra no terceiro trimestre de 2012, representando agora 61,9% da população ativa, contra 66,3% no trimestre anterior.
Em termos absolutos, esta descida traduz a destruição de 28 mil postos de trabalho entre junho e setembro de 2012, segundo indicam os dados hoje divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
No conjunto dos países da OCDE, Portugal surge como o segundo onde a taxa de emprego mais caiu no terceiro trimestre do ano passado, por comparação com igual período de 2011. Apenas a Grécia registou um nível de destruição de postos de trabalho mais acentuado.
De acordo com a OCDE, Portugal tinha no final de setembro de 2012 4,351 milhões de pessoas empregadas, o que corresponde a uma taxa de emprego de 61,9%. Trata-se do valor mais baixo desde 2008. Em relação ao trimestre imediatamente anterior contam-se agora menos 28 mil postos de trabalho.
A comparação homóloga é igualmente reveladora dos efeitos nefastos da crise económica. Há um ano, a taxa de emprego medida pela OCDE era de 64,4% (correspondendo a 4,526 milhões de pessoas), o que significa que em um ano, a economia portuguesa assistiu á destruição de 165 mil empregos.
A quebra homóloga da taxa de emprego (que mede a proporção de pessoas empregadas entre os 15 e os 64 anos) foi em Portugal de 2,55%, apenas ultrapassada pela Grécia, onde se registou uma descida de 4,6%.Esta situação negativa em dois dos países alvo de um programa de assistência financeira não tem paralelo na Irlanda, onde os dados da OCDE indicam crescimentos homologo e trimestral da taxa de emprego.
Estes dados permitem ainda constatar que em Portugal a situação se degradou mais naquele terceiro trimestre do que em Espanha. É que em junho de 2012, Espanha e Grécia surgiam à nossa frente em termos de destruição de emprego, mas em setembro, Portugal trocou de posição com o país de Rajoy.
No conjunto da OCDE, regista-se, de resto, uma subida da taxa de emprego na maioria dos países. Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Luxemburgo e Reino Unido são exemplos onde a situação era em setembro mais favorável do que um ano antes.
Na zona euro, a taxa de emprego era de 63,8% no terceiro trimestre de 2012, registando uma ligeira quebra em termos homólogos, mas estabilizada face ao trimestre anterior.