1.7.20

Mais de metade dos sírios deita-se com fome. Pelo menos 13 milhões permanecem deslocados

Luís M. Faria, in Expresso

A situação humanitária no país é dramática. Perto de 9,3 milhões de sírios a viver no país são neste momento atingidos pela fome e cerca de 13 milhões permanecem deslocados

Mais de metade dos sírios vai para a cama com fome: é uma das informações dadas por organizações internacionais em véspera de uma conferência anual que terá lugar em Bruxelas a 30 de junho.

A conferência, que se realiza anualmente, visa angariar fundos para ajudar a aliviar a catástrofe humanitária na Síria.

Mark Lowcock, subsecretário das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e coordenador de Socorro de Emergência, citado no site da ACNUR, acrescenta: "Uma geração inteira de crianças não conheceu senão miséria, destruição e privações. Quase 2,5 milhões de crianças não estão na escola. A economia está a ruir, milhões permanecem deslocados e cada vez mais pessoas têm fome. O mundo pode fazer algo sobre isso amanhã.

Compromissos financeiros generosos, pagos rapidamente, podem ajudar a ONU e as ONGs humanitárias a manter os seus esforços na Síria e a levar às pessoas a comida, abrigo, serviços de saúde e a proteção urgentemente necessários".

Uns estimados 9,3 milhões de sírios a viver no país são neste momento atingidos pela fome. Cerca 13 milhões, cerca de metade da população anterior à guerra (entre eles 6,6 milhões de refugiados que se encontram noutros países), permanecem deslocados.

O apelo agora feito visa angariar cerca de 10 mil milhões de dólares (8,9 milhões de euros), 3,8 milhões dos quais dos quais para atividades humanitárias dentro da Síria e o restante para apoiar refugiados e países na vizinhança.

A par com a ONU e a União Europeia, que organizam a conferência de terça-feira, várias organizações internacionais, entre elas a Oxfam, o International Rescue Commitee e o Conselho Norueguês de Refugiados, subscrevem o apelo.

"Mais acesso aos necessitados é crucial neste momento, para que a comunidade internacional possa apoiar as famílias quando elas lutam com a pandemia e a crise económica que está a assolar o país", dizem numa declaração conjunta.