7.7.20

Medidas de manutenção do emprego devem evitar risco de apoiar empregos inviáveis, diz OCDE

in o Observador

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico defende que as medidas devem ser ajustadas à fase de reabertura da economia, mas alerta para riscos de apoiar empregos inviáveis.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considerou esta terça-feira que os países devem ajustar medidas como o layoff simplificado à fase de reabertura da economia, mas evitando riscos de apoiar empregos que se tornaram inviáveis.

No relatório “Perspetivas de Emprego”, esta terça-feira divulgado, a OCDE assinala a resposta “sem precedente” e rápida que a generalidade dos países que a integram deu à primeira fase da pandemia de Covid-19, como forma de mitigar o impacto na economia, nas empresas, no emprego e no rendimento das famílias, mas refere a necessidade de as medidas serem redesenhadas e ajustadas à fase de reabertura da economia.

No caso das medidas de apoio à manutenção do emprego, como a que em Portugal tomou a forma de layoff simplificado, a OCDE deixa várias sugestões, nomeadamente que nos setores que puderam já retomar a atividade o ajustamento seja feito de forma “a evitar o risco de estarem a ser apoiados empregos que se tornaram inviáveis de forma permanente”.

A OCDE propõe também que a duração deste tipo de medidas de apoio à manutenção de emprego tenha um prazo limite, ainda que assinale que “os limites da sua duração máxima não devam ser escritos na pedra”.

Pedir às empresas que suportem uma parte dos custos das horas não trabalhadas é outra das sugestões que faz, ainda que assinale a necessidade de as medidas poderem ter sempre de ser ajustadas à evolução da pandemia.

O relatório salienta que os novos desempregados inscritos nos primeiros meses de pandemia faziam antever que a taxa de desemprego iria atingir níveis mais elevados do que os registados durante a crise financeira de 2007/2008 mas precisa que o “choque” no mercado de trabalho é ainda maior.