in Jornal de Notícias
Nem Portugal nem a Europa as têm
Não falta optimismo quanto à próxima campanha agrícola. Mas esta crise voltou a colocar um problema em cima da mesa: devem o país e a Europa garantirem reservas estratégicas para momentos de crise? Portugal teve essas reservas até entrar na União e Bruxelas acabou com as que existiam no espaço europeu quando pôs em prática uma política contra os excedentes. "Nessa altura não fazia sentido ter reservas quando o problema era de abundância", diz Luís Mira, da CAP.
Mas se há uma reserva para o combustível - a de Portugal está na Alemanha -, porque não há para os alimentos? "Devia haver uma nacional para casos de crise", defende Antónia Figueiredo, do Observatório dos Mercados Agrícolas. Dá o exemplo, não da escassez de alimentos - algo que na Europa é um cenário pouco plausível -, mas de greves dos camionistas, como já ocorreu.
"Penso que não faz sentido existir uma reserva nacional porque seria caro, mas tem de haver uma a nível europeu", contrapõe Francisco Avillez, da Agroges. Ainda não é claro que linha seguirá Bruxelas para inverter a ruptura de stocks a que se chegou. A.F.