27.5.08

Menores em risco com pouco acompanhamento

in Jornal de Notícias

Mais de vinte por cento das instalações das comissões de protecção de crianças e jovens (CPCJ) em risco do País não garantem a necessária privacidade e 4,7% não têm computador..

Durante um Encontro Anual de Avaliação das Actividades das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, no ano passado, realizado em Viana do Castelo, foi ainda denunciado que, por vezes, o acompanhamento de menores em risco pelas CPCJ se resume a um telefonema de seis em seis meses.

O relatório anual da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, apresentado pelo secretário-executivo, Ricardo Carvalho, refere que mais de doze por cento das CPCJ não têm ligação à Internet.

Segundo o mesmo relatório, no topo das necessidades das várias CPCJ aparecem equipamento informático, viaturas de uso exclusivo, telefone e fax, para além de apenas 6,9% dos elementos e dos técnicos que as integram estarem a tempo inteiro.

Em 2007, as CPCJ tiveram em mãos 63 008 processos, contra os 50 947 do ano anterior. Dos processos movimentados no ano passado, a maior percentagem situava-se na faixa entre os zero e os cinco anos (29,9%), seguindo-se os 11 aos 14 (26,4%) e os seis aos 10 (24,7%). Apenas na faixa dos zero aos cinco anos, houve 121 processos relacionados com alegados abuso sexual, 88 dos quais envolvendo meninas e os restantes meninos.