in Jornal Público
Maioria tem contrato de trabalho permanente
Dos 52,4 por cento de agregados pobres cuja principal fonte de rendimento é o trabalho, o estudo Um Olhar sobre a Pobreza verifica que os trabalhadores por conta própria são 12,9 por cento e os que trabalham por conta de outrem 39,5 por cento. Já os pensionistas são 38,1 por cento. Cruzando os dados com os graus de incidência da pobreza em cada grupo, os autores falam da "insuficiência" dos rendimentos de trabalho e da ineficácia das transferências sociais.
O coordenador do estudo, Alfredo Bruto da Costa, nota que a grande maioria dos pobres que auferem salário tem, inclusivamente, um contrato escrito. E é ainda elevada (70 por cento) a percentagem dos que têm um contrato permanente. "Não estamos perante um problema de precariedade, é uma questão muito mais estrutural", afirma ao PÚBLICO.
Significativo é o facto de 13,3 por cento de pessoas que viveram em situação de pobreza pelo menos um ano serem directores e gerentes de pequenas empresas. A maior parte serão trabalhadores por conta própria, com baixa escolaridade. A.M.