Leonor Matias, in Diário de Notícias
Os títulos de transporte vão aumentar em todo o País, já a partir de Julho, à excepção de Lisboa e Porto. É que a promessa do Governo de congelar os passes, afinal, apenas se aplica às transportadoras que integram o sistema do passe social destas duas regiões metropolitanas.
Os passageiros dos transportes colectivos fora destas áreas vão ter de desembolsar mais pelos seus títulos de transporte a partir do dia 1 de Julho. A Associação Nacional dos Transportes Rodoviários de Passageiros (Antrop) fixou o aumento dos títulos em 6% .
Cabaço Martins, presidente da associação, considera que não existe margem para baixar o valor reivindicado pelas operadoras, que com esta revisão intercalar pretendem atenuar os prejuízos mensais provocados pelo aumento do gasóleo. "Os prejuízos rondam os três milhões de euros por mês", adiantou.
Mário Lino confirmou ontem no final da conferência sobre transporte aéreo, organizada pela Logistel, que o Governo está "a negociar com as transportadoras rodoviárias o aumento das indemnizações compensatórias", de modo a compensar os efeitos do congelamento do preço dos títulos de transportes anunciado a semana passada pelo primeiro-ministro na Assembleia da República.
O ministro das Obras Públicas está a analisar a proposta de aumento de 6% no preço dos passes sociais, apresentado pelas transportadoras. O Governo, garantiu, "vai absorver o aumento dos passes, por forma a não passar para os passageiros o acréscimo". Contudo, Mário Lino não confirmou se o aumento exigido pelos operadores será satisfeito. O valor "ficará definido até final de Junho".
Depois de ficar definido o aumento, adiantou ministro, "há-de ser o Estado - através de indemnizações compensatórias - a pagar aquilo que os passageiros teriam de desembolsar, de modo a garantir que o preço final fique na mesma".
Carris, TST, Vimeca, Rodoviária de Lisboa e Scotturb são as empresas beneficiadas em Lisboa, enquanto a norte apenas os STCP (Transportes Colectivos do Porto) não subirão os seus títulos de transporte. No resto do País operam 150 empresas, a maioria de pequena dimensão. De acordo com Cabaço Martins, o preço dos combustíveis "pesa quase 40% na estrutura de custos, tendo como consequência um prejuízo anual de 36 milhões de euros".