Carlos Abreu Amorim, in Correio da Manhã
Um relatório sobre a situação social na União Europeia aponta Portugal como o País com maiores desigualdades entre ricos e pobres no espaço europeu. Outros estudos referem que o número de pobres está a aumentar exponencialmente.
Há uma lógica perversa no modo como estas questões têm sido tratadas.
O Estado, entre nós, dispõe de uma infinidade de organismos especialistas na luta contra a pobreza. Durante as últimas três décadas asfixiaram-nos com impostos para, diziam, acabarem com o fosso entre pobres e ricos. Os remédios públicos falharam – não combatem a pobreza só fidelizam clientes porque a miséria é o melhor pretexto para o Estado nunca sair de cena. Portugal é hoje a prova acabada da falência do chamado Estado Social. Perante este fracasso, em vez de tentarem soluções distintas, Governo e Oposição exigem mais intervenção pública!
Tocqueville definia a "ordeira e pacata servidão" dos que vivem na ilusão da protecção do Estado como o pior vício das democracias. Mais do que isso, comportamo-nos com o Estado como as pessoas aprisionadas que se apaixonam pelos seus captores.