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INE considera que se trata do valor "mais elevado desde 2005". Dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimento.
O número de portugueses em risco de pobreza aumentou entre 2011 e 2012, atingindo 18,7% da população, ou seja, quase dois milhões de pessoas, um valor que poderia aumentar para quase 50% se não existissem transferências sociais.
Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta segunda-feira.
Os dados mostram que, em 2012, 18,7% da população portuguesa estava em risco de pobreza, mais oito pontos percentuais do que em 2011. Um valor percentual que corresponde na realidade a 1.961.122 portugueses e que faz o INE apontar que se trata do “mais elevado desde 2005”.
Segundo o INE, a taxa de risco de pobreza corresponde à proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha da pobreza, definida como 60% do rendimento mediano por adulto equivalente, que passou de 416 euros em 2011 para 409 euros em 2012.
Entre as famílias com crianças a cargo, a taxa de risco de pobreza também aumentou, passando de 20,5% em 2011 para 22,2% em 2012.
As taxas de risco de pobreza mais elevadas foram estimadas para os agregados constituídos por um adulto com pelo menos uma criança (33,6%), por dois adultos com três ou mais crianças (40,4%) e por três ou mais adultos com crianças (23,7%), que enfrentam pela primeira vez um risco de pobreza superior aos das pessoas que vivem sós (21,7%).
Em relação aos menores de 18 anos, o risco de pobreza também aumentou, tendo crescido 2,6 pontos percentuais em relação ao valor registado em 2011 e estando em 2012 nos 24,4%.
Ao mesmo tempo, o risco de pobreza para a população em idade activa foi de 18,4%, mais 1,5 pontos percentuais do quem em 2011, quando o valor foi de 16,9%.
"Ao contrário, a taxa de risco de pobreza para a população idosa, 14,7%, manteve a tendência decrescente, expectável face ao crescimento médio das despesas com pensões de velhice 'per capita' que tem vindo a verificar-se desde o início do século (7%) ", refere o INE.
O risco de pobreza entre as pessoas desempregadas aumentou 1,9 pontos percentuais entre 2011 e 2012, chegando agora aos 40,2%, um aumento também sentido entre os que têm emprego. Há 10,5% de pessoas que trabalham, mas que, ainda assim, estão em risco de pobreza.
Também a intensidade da pobreza aumentou entre 2011 e 2012, sendo nesse ano de 27,3%, o que significa um agravamento de 3,3 pontos percentuais relativamente a 2011.