Margarida Paes, in Jornal Público
O presidente do Banco Mundial (BM), Robert B. Zoellick, disse, numa conferência de imprensa quarta-feira na Cidade do México, que a crise dos alimentos vai continuar até 2015, noticiou a agência EFE.
Prevendo que os elevados preços dos cereais irão manter-se até essa data e descartando a hipótese de que se possa voltar aos níveis registados em 2004, Zoellick afirmou que é urgente que todos os países alterem as políticas de produção agrícola e alimentar para garantir às suas populações o fornecimento básico de cereais. Insistiu, além disso, que as nações devem investigar para obter uma nova geração de biocombustíveis, a partir da celulose.
A produção de biocombustíveis procedentes de produtos alimentares, como o milho, nos Estados Unidos, ou a cana-de-açúcar, no Brasil, é um dos factores que levou, nos últimos meses, à subida dos preços dos principais cereais.
Foi anunciado també, que está a decorrer um debate mundial sobre o uso de cereais e produtos agrícolas para impulsionar a produção de combustíveis biológicos sem afectar o preço dos alimentos.
Zoellick assinalou que o BM fez um convite a todos os países, seus associados, para se constituir um fundo de emergência de aproximadamente 500 milhões de euros para apoiar os territórios que tenham problemas de abastecimento de alimentos.
O presidente do BM acrescentou ainda que um dos requisitos impostos pela instituição para esses países receberem apoios é possuírem redes de protecção para as populações marginalizadas.
Depois do México, Zoellick esteve ontem na Colômbia, a etapa seguinte da sua primeira visita à América Latina, onde se reuniu com o Presidente, Álvaro Uribe.


