in Esquerda.net
No seu parecer sobre as Grandes Opções do Plano (GOP), que serão discutidas na próxima segunda feira, o Conselho Económico e Social (CES) considera "inatingível" o conjunto de projecções definidas pelo governo para a evolução da economia, tendo em conta o abrandamento que se verifica na economia mundial, e critica a falta de clareza nas políticas de combate à exclusão.
No documento a que a imprensa teve acesso, o CES critica fortemente o governo por manter as projecções definidas em Dezembro de 2007 para o crescimento da economia, a inflação e o desemprego, "quando a situação, tanto a nível interno como externo, vem sofrendo significativas alterações".
O CES manifesta ainda a sua "surpresa" pelo facto de o governo "nada dizer sobre a forma como a política económica irá responder à previsível desaceleração da economia mundial, que terá consequências inevitáveis sobre a economia portuguesa".
O parecer, de que é relator o economista João Ferreira do Amaral (ex-assessor de Mário Soares e Jorge Sampaio na Presidência da República), critica ainda a estratégia de investimentos públicos proposta nas GOP, assinalando que "o aumento [do investimento] em 2009, relativamente a 2008, será pouco significativo (de 1,6 para 1,8% do PIB, no que respeita a investimento público, nacional e comunitário), o que parece algo surpreendente, dado o carácter crucial que o documento atribui ao ano de 2009 na execução do QREN".
Em relação ao combate à pobreza, o parecer do CES refere que "as medidas previstas nas GOP são pouco explícitas e carecem de concretização", salientando que a exclusão social é uma das principais consequências do difícil cenário macro-económico que se enfrenta.


