in Diário de Notícias
O relatório do OCDE indica 434 885 imigrantes em Portugal para 2006, o que representa mais 25 mil dos indicados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Este levantamento inclui os cidadãos com autorização de residência, com autorização de permanência e com vistos de longa duração (novos e renovações). O desemprego entre imigrantes quase triplicou entre 2001 e 2006, 171%.
"Existe também alguma dificuldade de inserção no mercado de trabalho, dificuldade que é partilhada pelos portugueses", sublinha Jorge Malheiros, geógrafo e autor do relatório de Portugal. O número de imigrantes desempregados aumentou entre 2001 e 2006, com particular incidência nos quatro primeiros anos, de 8012 para 21 673. Os ucranianos e os brasileiros são os principais atingidos pelo desemprego, o que também explica porque é que a imigração actual se faz através do reagrupamentofamiliar.
"A imigração desce ligeiramente depois de 2002/2003 e, agora, tende a estabilizar, mesmo com a saída de oriundos da Europa de Leste", explica Jorge Malheiros. Esta estabilização deve-se ao regulamento familiar. E as mulheres representam quase metade da população estrangeira a viver no território nacional.
A segunda conclusão é a de que "o padrão lusófono, tradicional nos anos 80, está a tornar-se outra vez mais visível face ao padrão da Europa de Leste". Só que, na década de 80, os oriundos de Cabo Verde representavam o grande contigente de quem imigrava. Na actualidade, são os brasileiros a escolher preferencialmente o País, constituindo-se como a primeira comunidade de imigrantes em termos numéricos. Refira-se que os filhos dos imigrantes equilibram a estrutura demográfica nacional.