in Jornal de Notícias
As primeiras unidades de cuidados na comunidade começarão a funcionar nos centros de saúde até ao final do ano, anunciou ontem o secretário de Estado da Saúde, que prometeu mais recursos e mais profissionais para garantir o seu funcionamento.
As unidades de cuidados na comunidade (UCC), previstas no diploma que criu os agrupamentos de centros de sáude, terão como missão principal prestar cuidados e apoio psicológico e social, sobretudo em regime domiciliário, especialmente a pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física.
A necessidade de mais recursos foi admitida pelo secretário de Estado Manuel Pizarro depois de a bastonária da Ordem dos Enfermeiros o ter confrontado - num encontro com jornalistas - com com o facto de não haver no Serviço Nacional de Saúde profissionais suficientes para as UCC.
Segundo a bastonária, até ao fim de Junho um grupo de trabalho identificará os centros de saúde que receberão as experiências-piloto. As UCC poderão ajudar, designadamente, a apoiar muita gente obrigada a ficar internada nos hospitais por falta de ajuda na comunidade. Calcula-se que haja "um número significativo" de pessoas nestas condições, a ocupar camas hospitalares por razões sociais, mas sem necessidade clínica. Um problema que a rede de cuidados continuados deverá resolver a prazo calcula-se que o país precise de 15 mil camas nesta rede, mas ainda só tem 2400.