9.5.08

Bens alimentares caros até 2015

in Jornal de Notícias

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou ontem, no México, que os preços dos produtos alimentares vão permanecer elevados até 2015, "devido ao aumento da procura nos países em desenvolvimento". Uma das soluções face a esta situação é manter a oferta e baixar os preços, declarou.

Em Portugal, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu ontem a travagem da "corrida especulativa" aos agro-combustíveis, dando-se "toda a prioridade" à produção de cereais para consumo humano e animal. Na realidade, o "número dois" do Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que o desenvolvimento dos biocombustíveis é responsável em 70% pela subida do preço do milho e em 40% dos grãos de soja.

O especialista em Relações Internacionais José Manuel Pureza defendeu, por sua vez, que a substituição da agricultura de subsistência por uma "produção intensiva vocacionada para a exportação" é a principal causa da fome que atinge vários países pobres. "Esta é a factura que os países mais pobres estão a pagar pelas políticas que o FMI e o Banco Mundial lhes impuseram, que passou por desmantelar a pequena e média agricultura de subsistência", declarou o sociólogo à agência Lusa