7.5.08

Despesa com idosos subavaliada em 50%

in Jornal de Notícias

O montante com que o Estado comparticipa as Misericórdias por cada idoso integrado num lar das instituições constitui, segundo o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, "um óptimo exemplo" da "completa desadequação" das comparticipações estatais.

"O montante de comparticipação que as Misericórdias recebem do Estado por cada idoso que acolhemos nos nossos lares, ao abrigo do acordo existente, é de 330,24 euros" por mês, disse Manuel Lemos, sublinhando tratar-se de um montante "perfeitamente desadequado" e "subavaliado" em relação ao custo de cada idoso por lar.

O presidente do secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas disse que "actualmente e em média, nenhum lar das misericórdias gasta menos de um valor [mensal] entre os 750 e os 1.300 euros por idoso".

O custo por idoso depende, sobretudo, do seu perfil, nomeadamente se está ou não acamado, se é dependente ou muito dependente, se está ou não em cadeira de rodas, referiu.

Segundo Manuel Lemos, a comparticipação estatal é igual para todos os idosos, apenas a individual por cidadão é diferente, não podendo exceder, no limite máximo, os 85% do montante total da pensão de reforma do idoso e este montante máximo só pode ser aplicado a idosos muito dependentes. A maioria dos idosos em lares da misericórdia recebe a pensão de reforma mínima, isto é, 250 euros.