JAP, Lusa
O presidente da União Distrital do Porto das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) afirmou hoje que a sociedade civil "se organizou, uma vez mais, para dar resposta a problemas aos quais o Estado está distante".
Artur Borges, um dos dinamizadores da Agência de Consultoria Social (ACS) hoje apresentada no Porto, disse que a ACS pretende ajudar as organizações "a dar mais e melhores respostas aos problemas sociais".
"A Agência quer proporcionar às IPSS um espaço de estudo para que possam melhorar as suas respostas sociais e adequar-se aos novos caminhos da sociedade", adiantou.
Considerando que a qualificação dos recursos humanos "é um problema transversal" a estas organizações, o responsável frisou que a missão desta nova agência social não se resume só a resolver esta questão.
"Há o problema da auto-sustentação" destas instituições, afirmou o responsável.
Frisou que os subsídios do Estado representam apenas 30 por cento dos custos das organizações e que os 70 por cento restantes são suportados pelas comunidades.
"Se a Agência de Consultoria Social conseguir resolver este problema da auto-sustentabilidade das instituições é já uma vitória", disse.
A ACS, constituída a 21 de Abril, é uma associação de âmbito nacional que resulta da iniciativa da União Distrital do Porto das IPSS, do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa e da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal.
A sua missão é "apoiar as organizações sociais sem fins lucrativos no desenvolvimento de processos integrados de qualificação organizacional, bem como sensibilizar o sector e demais partes interessadas para a necessidade de se empenhar neste desafio", referem os sócios fundadores.
Segundo o padre Agostinho Jardim, da Rede Europeia Anti-Pobreza, a nova agência é "um instrumento útil para a construção de uma sociedade e uma população mais humanizada, mais capaz de responder aos desafios crescentes que nos são colocados".
Para Agostinho Jardim, esta qualificação "deve ser vista pelas próprias instituições como um investimento".
A agência pretende ser um contributo da sociedade civil contra a pobreza e a exclusão social", frisou.
Joaquim Azevedo, da Universidade Católica, salientou que a nova estrutura visa "a qualificação no seu todo" das IPSS e que a sua intervenção pretenderá sempre "assegurar a sustentabilidade do sector".
"Este desempenha uma tarefa fundamental para este cluster social, que reúne logo à partida cerca de 500 instituições só no distrito do Porto", disse.
Só a União Distrital do Porto das IPSS conta com 352 filiadas, que servem cerca de 20 mil utentes.


