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O empresário André Jordan antecipa um Verão difícil para o sector do turismo e advoga uma estratégia «muito mais forte de promoção e comercialização» para que o fim da estação não represente o «começo do fim do nosso turismo».
«Este verão não vai ser fácil. Penso que certas zonas como o Algarve, a Madeira, vão ter um pequeno momento de animação, mas a preços muito baixo. Temos que entrar numa estratégia muito mais forte de promoção e de comercialização para que o fim do verão não represente também o começo do fim do nosso turismo», afirmou em entrevista à Lusa o presidente do André Jordan Group, no dia em que se realiza a entrega dos prémios da segunda edição do prémio com o seu nome.
Essa estratégia, acrescentou o empresário, passa pela internacionalização e integração do sector «no tecido europeu». «Temos que deixar de pensar que somos um mercado à parte e tentarmos integrar-nos no mercado mundial, global, e, em particular, no mercado europeu. Temos que atrair residentes e turistas numa escala muito maior e temos condições para isso em termos de preço e atractividade do país», explicou o fundador da Quinta do Lago e do Belas Clube de Campo.
O veículo dessa «integração», sustenta, terá de ser o de «uma promoção conjunta bem feita, em que entrem todos os atores» do sector.
«Não é o Estado que tem que fazer as promoções, aliás, eu acho que o Estado não deve fazer a promoção. Quem a deve fazer são os privados, unidos, em conjunto, e eventualmente apoiados financeiramente através de crédito oficial, linhas de crédito, destinadas ao financiamento das campanhas», argumentou à Lusa.
André Jordan recorda que no verão do ano passado disse que «o sector do imobiliário [residencial] e turismo tinha que ser reestruturado, que a dívida era de 50 mil milhões de euros» e que foi «muito criticado por pessoas que neste momento estão falidas, que diziam que estava a semear o pânico».
Hoje, várias falências depois – «por má gestão do crédito e má gestão de várias empresas, mas também porque o mercado entrou em grande crise, em retracção profunda em toda a Europa e principalmente na Península Ibérica» -, André Jordan considera que «o processo de reestruturação [que defendia] está a caminhar».
«E, eu diria, bem, sem grandes danos para a economia e para as pessoas. Estamos a tentar, tanto os bancos como as empresas, encontrar soluções equilibradas e que dêem tempo às empresas para recuperar», considerou Jordan.
Assim, neste momento, o que o sector necessita é de «gerar receitas na venda de imobiliário e no turismo. E isso é possível», estendendo estratégias comerciais «para o Brasil, para a China, para a Rússia, para os países do Médio Oriente», num esforço «conjunto» dos empresários do sector e do governo.
«Só quero que haja consciência de que a Europa era há vinte anos responsável por 40 por cento do produto mundial, hoje tem 20 e daqui a uma década terá 11 por cento. Este sector, o do imobiliário residencial, o sector da instalação de empresas, o sector do turismo, propriamente dito, e o da cultura são as áreas que na Europa e em Portugal podem prosperar. Acho que Portugal é suficientemente pequeno para poder, através de algum sucesso, começar a sair do seu problema», afirmou o empresário e gestor.
André Jordan preside hoje à entrega da segunda edição do prémio com o seu nome, que distingue e promove a realização de estudos científicos em diferentes áreas (finanças, investimento, avaliação, marketing, fiscalidade, economia urbana, planeamento, urbanismo, sustentabilidade e imobiliário turístico), difundindo-os pelos profissionais do mercado.
A entrega do prémio contará com a presença da secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles.