19.6.08

Baião exige desenvolvimento integrado

in O Primeiro de Janeiro

O presidente da Câmara Municipal de Baião reivindicou ontem do Governo a criação e implementação do plano de desenvolvimento integrado para as autarquias do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, uma promessa eleitoral de José Sócrates.

José Luís Carneiro disse ao JANEIRO que só com este plano é que a região consegue fazer frente ao conjunto de desafios sócio-económicos apresentados. “Temos de ser capazes de contrariar estes indicadores sociais, culturais e económicos que nos põem na cauda do distrito do Porto”, afirmou, salientando a mais-valia de todas as autarquias envolvidas trabalharem em juntas. “Cada vez faz mais sentido trabalharmos em conjunto, apresentarmos candidaturas comuns que visem a coesão e qualificação do território e das pessoas”, disse. Como exemplo deste trabalho de equipa, o autarca de Baião destacou o reordenamento da rede escolar. “É a nossa prioridade. Criarmos pólos e centros escolares, onde os alunos têm todas as condições de aprendizagem e onde partem todos do mesmo patamar de conhecimento”, afirmou.

José Luís Carneiro mostrou-se muito crítico com o modelo de desenvolvimento seguido por Portugal que, segundo ele, acaba por contribuir para situações de exclusão. “Muitos critérios tidos em conta para a atribuição de um emprego excluem à partida as pessoas com baixa escolaridade. E isto, por si só, já é uma forma de exclusão. Por isso, à semelhança do que acontece com os portadores de deficiência, também deveria existir um sistema de quotas para aquelas pessoas que estão já devidamente sinalizadas em situação de pobreza e com baixa escolaridade. Esta seria uma forma de empregar estas pessoas, garantindo-lhes ao mesmo tempo formação profissional”, explicou.

Educação
Baião é também o concelho do distrito do Porto com a maior taxa de abandono e insucesso escolar. No entanto, José Luís Carneiro relembrou que quando chegou à câmara, o concelho não tinha creches e que 95 por cento das escolas do 1.º Ciclo funcionavam apenas de manhã. “Dois anos depois as escolas e os jardins-de-infância funcionam durante todo o dia e fornecem refeições a 1100 crianças”, disse, salientando que a autarquia reforçou em cem por cento a transferência de verbas para os agrupamentos escolares.

O presidente da câmara adiantou ainda que cerca de 200 pessoas frequentaram cursos de formação profissional, 90 por cento das quais eram mulheres, que para além de aumentar a sua capacidade de emprego também aumentou a escolaridade.

D.B.