in Jornal de Notícias
Alta Comissária da Saúde afirmou que as populações excluídas não têm acesso aos cuidados de saúde necessários, apesar dos direitos legalmente consagrados. Para a responsável é necessário levar os cuidados médicos às pessoas.
A Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, afirmou que os grupos em situações de exclusão ou pobreza apenas se deslocam aos serviços quando já estão muito doentes.
Para a responsável tal significa que pode não ser suficiente a lei portuguesa possibilitar o acesso universal de qualquer cidadão, independentemente da sua nacionalidade, ao sistema nacional de saúde. "Não basta abrir as portas dos centros de saúde e hospitais às populações mais excluídas", afirmou.
Maria do Céu Machado acredita que a solução passa por apostar também em medidas de prevenção e promoção, como as unidades móveis que fornecem vacinas. Defendeu, assim, o alargamento de serviços como as unidades móveis, que se deslocam para junto das populações.
Esse foi um exemplo de boas práticas enumerado pela Alta Comissária portuguesa, na Conferência Ministerial Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu em Tallinn, na Estónia. O encontro centrou-se nos sistemas de saúde, financiamento, equidade de cuidados e na "voz e possibilidade de escolha dos cidadãos".
No âmbito da reunião, Portugal subscreveu ontem a Carta Europeia dos Sistemas de Saúde. De acordo com Maria do Céu Machado, o documento esteve 12 anos em discussão e vai servir de "base ao fortalecimento" desses sistemas, permitindo igualmente a sua avaliação.
"Saúde, Sistemas e Riqueza" foi o lema da conferência da Organização Mundial de Saúde que reuniu quinta-feira e ontem mais de duas centenas de representantes de 53 Estados membros europeus.
O impacto da saúde na produção de riqueza e a relação entre a "saúde das economias" e a "saúde dos sistemas" públicos e privados dominaram os painéis de debate.