Célia Marques Azevedo, in Jornal de Notícias
O relatório de execução financeira apresentado esta sexta-feira pela Comissão Europeia mostra que Portugal recebeu, em 2007, dos cofres comunitários 3,9 mil milhões de euros, que distribuiu essencialmente por três parcelas maiores: a coesão regional ficou com 62,9%, a competitividade com 2,9% e o fundo rural com 33,3%.
O mesmo documento coloca Portugal em nono lugar na lista de países que mais recebeu do bolo comunitário, uma fatia de 3,9 mil milhões de euros, que corresponde a 3,7% das despesas totais dos 27 estados-membros.
Os números de Bruxelas mostram que, no ano passado, cerca de 1,58% da riqueza gerada em Portugal teve origem no orçamento da UE, correspondendo a quase 2,5 mil milhões de euros.
Em sentido inverso, Portugal contribuiu para os cofres comunitários com 1,46 mil milhões de euros para os cofres de Bruxelas, o que equivale a 1,3% do montante total. Portugal foi o sexto maior beneficiário dos fundos de coesão para o crescimento e o emprego, tendo recebido nesta rubrica 2,46 mil milhões de euros, o que corresponde a 6,6% da verba total e a 62,9% do que o país recebeu do orçamento comunitário em 2007.
Do grupo de 27 estados-membros, os quatro maiores beneficiários são a França que leva 13,2%, a Espanha 12,1%, Alemanha 11,9% e a Itália 10,7% - os quatro absorvem quase metade do orçamento total.
No que respeita aos países que mais contribuem para orçamento comunitário estão Alemanha, o Reino Unido, a Holanda e a França. Todos eles pagam mais do que recebem.
Durante a conferência de imprensa, a comissária responsável mencionou várias vezes que a Irlanda e a República Checa são beneficiários líquidos do bolo comunitário. Uma referência indirecta ao cepticismo destes dois países - Dublin porque se atravessou no caminho da UE rejeitando o Tratado de Lisboa e Praga porque ameaça fazer o mesmo.