Sérgio Duarte, in Jornal de Notícias
Estudo da ONU mostra que volume da cocaína apreendida tem aumentado nos últimos anos
Mais de um terço da cocaína apreendida na Europa foi confiscada pelas autoridades portuguesas. Com maior volume de apreensões só mesmo Espanha. A droga vem da América do Sul, via África, e tem como destino o mercado europeu.
O relatório de 2008 da Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), aponta Portugal como segundo principal destino da cocaína na Europa. O volume desta droga apreendido no nosso país, em 2006, ascendeu às 35 toneladas métricas, quase o dobro do ano anterior. As apreensões de há dois anos equivaleram a 35% de toda a cocaína apreendida pelas forças de segurança europeias. De resto, o relatório indica que o volume de apreensões do estupefaciente em Portugal tem vindo a duplicar todos os anos, desde 2003.
De acordo com o organismo da ONU, com sede em Viena, os estrangeiros detidos em Portugal por tráfico de droga, em 2006, eram principalmente provenientes de Cabo Verde (19%), Venezuela (14%), Brasil (13%), Guiné Bissau (5%) e Angola e São Tomé (1% cada).
Em relação a 2007, a UNODC calcula que 99% da cocaína apreendida tenha chegado ao nosso país através de águas africanas. A maior parte dos carregamentos, no ano passado, seriam originários do Senegal e da Guiné Bissau.
Portugal só foi ultrapassado pela Espanha como principal destino da cocaína que se consome na Europa. Em 2006, foram apreendidas 50 toneladas desse estupefaciente no país vizinho, o que representa 41% do total apreendido pelas forças de segurança europeias e o maior volume de droga alguma vez apreendido no Velho Continente.
Quanto aos locais mais frequentes dessas apreensões, a UNODC destacou que, juntamente com os tradicionais portos da costa atlântica espanhola (Galiza, em particular), nos últimos anos a droga tem vindo a entrar por via aérea pela Andaluzia, Madrid, Barcelona e Valência.
Todas as substâncias apreendidas antes de alcançarem as costas espanholas eram provenientes da América do Sul, principalmente da Venezuela (31 % do carregamento confiscado), República Dominicana (8 %), Equador (6 %), Brasil e Argentina (5 %) e Colômbia (4 %).
A seguir aos países ibéricos, a Holanda, com 11 toneladas métricas de cocaína, a França, com dez, e a Itália, com cinco, foram os países europeus com maiores apreensões deste estupefaciente.